A internet veio para ficar e isso ninguém pode negar, junto com ela vieram também uma série de transformações. Hoje em dia estudamos a distância, trabalhamos pela internet, namoramos virtualmente e até terapia já é possível fazer online, a vida acontece cada vez mais rápido, estamos mais e mais imediatistas e quase tudo pode ser resolvido através de um toque na tela.
E claro que tudo isso influencia na forma como nos relacionamos com os outros, com o mundo a nossa volta e até com a gente mesmo. A internet nos aproxima, ela rompe a distância física permitindo que a gente se conecte com pessoas que estão em outras cidades, outros estados e até em países do outro lado do mundo, nos permite manter relações com aqueles que já conhecemos bem como conhecer pessoas novas, nos possibilita descobrir coisas novas e compartilhar momentos.
Sem dúvidas a internet e as redes sociais revolucionaram nossa forma de viver e trouxe consigo diversos pontos positivos, prova disso é que nos tornamos tão dependentes deles que é até difícil pensar em um mundo onde eles não existam, mesmo sendo algo que se pararmos para pensar surgiu há pouco tempo. Mas como o bem e o mal são faces da mesma moeda e tudo tem seus prós e contras, essa revolução cibernética também tem seu “lado negro” bem como seus perigos.
Muitas vezes esquecemos que o que cai na rede se espalha com uma velocidade absurda e que mesmo depois de “apagada” as informações permanecem lá, por alguém já viu, já salvou, já compartilhou e tudo vai ganhando proporções gigantes mesmo que a gente não tenha essa intenção, sem contar que o fato de estar atrás de uma tela de computador ou do celular nos dá a falsa ideia de anonimato o que faz com que algumas pessoas usem isso como uma forma de fazer e dizer o que bem entende achando que não haverá nenhuma consequência. Além de que corremos o risco de passarmos a viver uma “vida virtual”, onde passamos a ser apenas aquilo que compartilhamos online, como se fossemos somente aquelas fotos felizes e editadas que postamos, ou então tentar resolver os nossos problemas e conflitos reais com um “excluir”, “deslike” e mais fácil ainda com um “bloquear” assim como fazemos nas redes sociais.
É preciso nos questionar ao quê de fato estamos conectados, será que as relações que mantemos online realmente são relações saudáveis, produtivas e que nos agregam alguma coisa, ou são simplesmente relações vazias baseadas em “troco likes” e “sigo de volta” apenas para acariciar o nosso ego e suprimir uma carência emocional que sentimos e preferimos tapar esse vazio com relações que na verdade nos desconectam do mundo e nos colocam em uma bolha virtual na qual não precisamos de fato lidar com problemas e frustrações.
A internet pode ser uma grande fonte de prazer e lazer, pode ser um refúgio merecido depois de um dia cansativo, pode ser um momento de fuga dos nossos problemas até conseguirmos pensar mais claramente sobre eles, mas não podemos nos esquecer de que há um mundo real fora das telas, que temos pessoas reais ao nosso lado e que viver de aparência não é viver de fato. E então, caro leitor, o que conecta você??