Moradores do Condomínio Edifício Ariane, popularmente conhecido como “prédio da onça”, se reúnem neste sábado para discutir uma proposta da prefeitura que visa o tombamento do desenho como patrimônio artístico, histórico e cultural de Apucarana.
A administração encaminhou o ofício, após receber um documento dos condôminos questionando o interesse do poder público em realizar a manutenção da imagem da onça. A Tribuna apurou que, caso o município não assuma a tarefa, os moradores pretendem pintar o prédio e, para não arcar com os custos da restauração, cobrir a imagem.
“O município de Apucarana tem total interesse em que a pintura seja mantida, pois ela compõe juntamente com a cascata, e demais elementos, um monumento aos pioneiros e pioneiras do município. O local é hoje, um dos mais visitados de nossa cidade”, enfatiza o prefeito, Beto Preto (PT), em trecho do ofício.
A pintura estampa o edifício há quase duas décadas e foi realizada com recursos públicos da gestão do ex-prefeito Carlos Scarpelini. De acordo com o assessor jurídico do município, Rodolfo Mota, na época, a administração não formalizou a intervenção.
“A administração da época investiu uma soma significativa de recursos sem tomar os cuidados de formalizar e revestir o ato da legalidade que deveria ter. Hoje, temos uma pintura em um prédio privado, que alcançou status de ponto turístico, no entanto, não existe nenhum documento sequer que comprove este investimento por parte da prefeitura”, explica o advogado. Mota entende que a necessidade de reparos levou os moradores a procurarem a prefeitura.
“Os condôminos precisam fazer reparos. Com o passar do tempo surgiram trincos, fissuras, além do desgaste que o clima provocou na parede, e diante da necessidade dos reparos, e o fato da pintura estar desbotada, o município propôs o tombamento voluntário da pintura como sendo parte do patrimônio artístico, histórico e cultural do município, para que o prefeito possa ditar um ato normativo competente, a fim de regularizar a situação e providenciar o processo de contratação de um artista plástico ou empresa, que possa restaurar a pintura, mantendo os traços originais”, esclarece.
A proposta será avaliada pelos moradores durante reunião marcada para este sábado. A reportagem entrou ontem em contato com a síndica do prédio, no entanto, ela preferiu não se manifestar. Segundo o atual superintendente de Trânsito, Silnei Bolonhesi, que fez parte da administração de Carlos Scarpellini, a pintura foi feita em 1997. O artista plástico que pintou o desenho, conhecido como Acir, veio de Cuiabá, Mato Grosso, para tocar a obra.
Fonte: TNOnline