O uso de agrotóxicos pode estar por trás da morte de abelhas no Paraná. O caso mais recente ocorreu em Mauá da Serra, no norte do estado. Aproximadamente oito milhões de abelhas, de pequenos produtores, foram dizimadas do dia para a noite.
O local onde estão as abelhas mortas, na beirada da mata, exala um mau cheiro, provocado pela decomposição dos insetos – muito diferente do aroma adocicado que costuma tomar conta do ar ao redor das colmeias.
Vários produtores em Mauá da Serra perderam praticamente toda a criação: as moradoras de 243 caixas de abelhas foram dizimadas.
O apicultor Jairo Carneiro Gomes calcula que perdeu 70 mil abelhas.
“Investimos tempo, material, compramos maquinário para fazer a extração do mel, pensando em uma colheita recorde, uma colheita boa”, ele diz. “Mas eu sinto muito, acho que não vai dar. Perdemos bastante.”
Zilson da Silva e o irmão contavam com a colheita de mel agora em fevereiro e março. Esperavam tirar das colmeias dois mil quilos de mel. A R$ 15 o quilo, preço que eles repassam aos comerciantes, tiveram um prejuízo de R$ 30 mil só nesta safra, sem contar o tempo trabalhado, a perda dos enxames e os custos com alimentação complementar, normalmente xaropes à base de água e açúcar. Na ponta do lápis, a conta sobe para R$ 46 mil.