Apresentar os traços culturais do esporte e formar cidadãos conscientes são os principais objetivos que movem o projeto “Capoeira em Ação”, criado há cinco anos em Arapongas. Idealizado pelo professor Luciano Zagui, de 32 anos, também conhecido como Graduado Bolinha, o trabalho social busca unir os participantes e ao mesmo tempo descobrir novos talentos. “O projeto surgiu ao ver a necessidade de ajudar a comunidade trazendo cultura, arte, história, educação, esporte e socializar através da capoeira. É uma realização pessoal, pois vejo talentos onde muitos não veem e nem acreditam”, disse Zagui.
O grupo conta, em média, com 35 alunos que reúnem-se todas as terças e quintas-feiras, às 19h, no Centro de Convivência do Idoso (CCI) da Zona Sul do município. Durante 60 minutos, Luciano dedica-se a ensinar essa manifestação cultural a crianças e jovens a partir dos seis anos e, quem sabe, despertar em seus alunos o mesmo amor que descobriu na capoeira anos atrás. “Comecei a treinar por volta dos 8 anos, como brincadeira de fim de semana junto com os amigos. Depois foi aumentando o interesse, as aulas passaram a ser diárias e hoje em dia é minha profissão”, contou.
Com raízes africanas e considerada símbolo da identidade brasileira, a capoeira também é vista pelo professor como uma oportunidade de ensinar o significado da palavra respeito e contribuir efetivamente na vida de cada participante. “Vejo muitas mudanças em vários alunos. Em alguns casos, ajuda na diminuição do uso de remédios antidepressivos e melhora as notas, o comportamento e a disciplina na escola e em casa. Meu objetivo é formar cidadãos que saibam respeitar seus direitos e deveres perante as comunidades”, destacou.
As aulas ministradas pelo profissional são totalmente gratuitas, no entanto, o projeto não conta com nenhum patrocínio. Mas, apesar dos obstáculos encontrados no percurso, os planos de Luciano de levar a capoeira para o máximo de araponguenses que conseguir continuam. “Nós realizamos uma promoção pastéis com a finalidade de comprar uniformes aos alunos. Ainda não temos ajuda de patrocinadores. A Secretaria de Assistência Social do município nos apoia com o uso do local, que é de grande ajuda. Há a possibilidade de expandir o projeto até para outros bairros, com a mesma proposta pedagógica. O plano para o futuro é de continuar levando a capoeira à sociedade”, finalizou.
