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Professores da rede estadual do Paraná se reinventam para cativar alunos com aulas remotas na pandemia

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Devido à pandemia do novo coronavírus, tudo mudou nas escolas do Paraná. E tudo mudou de repente. De um dia para o outro, as salas de aula ficaram vazias e os pátios, outrora tão barulhentos, silenciaram. Nesse contexto os professores, que nesta quinta-feira celebram a data da ‘profissão das profissões’, também mudaram. Sem o ‘olho no olho’ com os alunos, as interações presenciais, veio a necessidade de se reinventar (e também de inventar) para prender a atenção dos estudantes num ambiente novo, de ensino remoto e virtual, e ao menos tentar manter o ritmo da aprendizagem.

Os primeiros momentos após o fechamento das escolas, com a suspensão das aulas e a antecipação do recesso escolar entre 20 de março e 5 de abril, foram os mais difíceis, contam professores e diretores de escolas estaduais ouvidos pelo Bem Paraná. “Na primeira semana, a Seed (Secretaria Estadual de Educação) estava desenvolvendo o projeto, os professores em casa, preocupados, aquele alvoroço todo, um clima de tensão”, recorda Marcelo Zanesco Boeira, diretor do Colégio Estadual Ver. Raulino Costacurta.

 
Em seguida, com a adoção do ensino remoto para a retomada das atividades educacionais em meio à pandemia, veio o grande desafio para os professores: conseguir se readaptar e até mesmo se reinventar para conseguir passar o conteúdo aos alunos com uma modalidade de ensino totalmente diferente daquela que eles estavam costumados e também haviam aprendido a trabalhar ao longo de suas formações profissionais.

“Foi uma caminhada de superação, mas aí o professor mostra exatamente porque é o professor, porque desafios e dificuldades no magistério são recorrentes, mesmo no presencial. Nesse período de pandemia, então, teve de mostrar realmente porque é professor. São verdadeiros heróis, levando a educação, mesmo fragilizada, com limitações, mantendo o aluno conectado”, comenta Maurino Prim, diretor do Colégio Estadual Des. Guilherme de Albuquerque. “Ali realmente o professor precisou de reinventar, de um dia para o outro virou YouTuber. Alguns já têm mais facilidade, mas tínhamos aqueles com dificuldade, que tiveram de passar por uma mudança radical em pouco tempo. Aí um ajuda o outro e vão se superando”, complementa.

Uma nova forma de educar

Se para cadeiras como Língua Portuguesa e Matemática já foi difícil adaptar o ensino aos novos tempos, o que dizer então dos professores de Educação Física? A matéria, que trabalha com cultura corporal, é quase 100% movimento, o que impôs uma dificuldade a mais na hora de migrar as aulas do presencial para o remoto, com a necessidade de se pensar estratégias sabendo que o aluno passaria várias horas em frente a tela do computador e do celular.

Professor do Colégio Estadual Emilio de Menezes, Marcelo Costa, que concorreu a prêmios de professor do ano em 2019, não se deixou abater diante do desafio. Com a pandemia e aulas à distância, ele criou atividades diferenciadas. Primeiro propôs aos alunos que criassem suas próprias raquetes e peteca de badminton utilizando materiais alternativos. Depois, fez ainda uma Produção Maker fotografada ou filmada pelos alunos, que criaram em casas espada de esgrima, numa atividade que contou ainda com a participação de Isaias Monteiro, atleta da esgrima em cadeira de rodas.

 
“Para deixar o aluno ativo neste momento, fui atrás de uma metodologia chamada abordagem interativa ou metodologia ativa, que tem o objetivo de fazer o aluno produzir. Peguei então alguns temas e pensei na produção de um material que correspondesse àquele tema. Foi uma forma de tirar [os estudantes] da frente do computador, fazer eles buscarem material alternativo. E teve bastante participação dos familiares, o que foi bem interessante”, conta.

Já na primeira atividade, do badminton, os resultados foram positivos, inclusive com famílias aproveitando o exercício escolar para inventar em casa, montando uma mesa de tênis de mesa na sala da residência para todos se divertirem. Os alunos também apresentaram virtualmente seus trabalhados aos colegas, o que gerou uma maior interação entre os estudantes. Para queles que não têm acesso à internet, foi ainda disponibilizado um material impresso, explicando o passo a passo para realizar a proposta de aula.

“Agora, no terceiro e último trimestre, fiz um meet. O tema deste trimestre é improvisação, arte dramática, expressão corporal, e consegui uma palhaça de hospital, que contou o que é ser palhaço, como é trabalhar no hospital de forma voluntária, e ela foi se maquiando durante o meet. Então eles começaram vendo a Rosane Pereira e terminaram com a Clown Blu. Eles adoraram isso e agora ficam esperando para ver quem vai falar com eles a cada aula”, relata o professor.

‘Ninguém fica para trás’
Além dos desafios para readaptar a forma de ensinar em tempos de pandemia, outra missão que se colocou para os educadores nestes tempos foi levar o ensino para todos. Nesse sentido, cabe lembrar que, no Paraná, praticamente um terço da população não tem acesso à internet, conforme os dados mais recentes do IBGE, divulgados em 2018.

No Colégio Estadual Ver. Raulino Costacurta, por exemplo, o diretor Marcelo Boeira teve a ideia de anunciar as atividades virtuais por meio de carro de som. O que aconteceu em seguida foi uma explosão no número de estudantes participando das aulas remotas. Já na Escola Estadual Padre Colbacchini, o professor Anildo Silva tem utilizado sua própria moto para levar atividades aos alunos da comunidade onde o colégio inserido, em Santa Felicidade.

“Esse trabalho, esse encontro com eles, é muito gratificante. Vamos com máscara, álcool em gel, tomamos todos os cuidados. E eles, quando encontram a gente, se surpreendem. Alguns até falam, brincando, ‘mas eu não escpado de você, não consigo escapar de você’. Não tem aquela coisa só de professor e aluno, tem amizade mesmo, recebem a gente melhor, somos tratado como amigo deles e eles sabem que temos um cuidado a mais, que somo alguém que se preocupa com eles”, comenta Anildo.

Já Maurino Prim, diretor do Colégio Estadual Des. Guilherme de Albuquerque, no Tatuquara, investiu em motoboys para levar atividades e termo de responsabilidade aos pais durante a pandemia. “Fazemos uma busca ativa [dos estudantes], que acontece em várias etapas. Além do motoboy, agora estamos com comitivas, formadas por funcionários, professores e voluntários, atuando. Quando veem que um aluno não está participando, já pegam o endereço e vão lá interagir com a família, ver porque o estudante não está participando”, afirma Maurino.

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