Mesmo com número de casos ativos de Covid-19 em alta, três hospitais dos SUS e outros da rede particular com UTIs lotadas, a secretaria municipal de Saúde de Curitiba liberou as aulas presenciais curriculares para crianças da educação infantil (0 a 5 anos) e anos iniciais do Ensino Fundamental (até 10 anos). A decisão está no ofício 607/2020 da secretaria publicado na segunda (16). O ofício, assinado pela secretária Márcia Huçulak, é uma resposta a um pedido do Sindicato de Escolas Particulares do Paraná (Sinepe). As aulas na rede municipal de ensino, no entanto, continuam suspensas até pelo menos do dia 30 de novembro.
Segundo o documento, o pedido foi discutido na 29º reunião do Comitê de Técnica e Ética Médica, que para liberar as aulas levou em conta as experiências em outras cidades do Brasil e do mundo: “A segunda onda europeia tem sido enfrentada em diversos países, a exemplo da Alemanha e França, com escolas abertas, por ser tratadas como serviço essencial e pelo baixo risco que representam”. Entre as alegações da secretaria, está que não é possível atrelar a retomada das atividades presenciais à disponibilização de uma vacina eficiente, uma vez que é necessário percorrer os protocolos de estudos, que demandam tempo”. Também foi levado em conta pelo comitê que o retorno das aulas extracurriculares, liberadas desde 19 de outubro nas insituições particulares, não impactou no aumento de casos de Covid-15 na cidade. Reportagem do Bem Paraná revelou que em média 35% dos alunos das escolas privadas da capital retornaram às aulas extracurriculares. O documento também diz que o retorno da aulas presenciais é uma “oportunidade ímpar de preparar as crianças para o enfrentamento de situações adversas, tendo a resiliência como valor a ser fortalecido, para ampliar a sua capacidade de lidar com problemas, adaptar-se a mudanças, superar obstáculos e resistir à pressão de situações adversas e traumáticas, como a vivenciada neste momento”.
O retorno deve ser no sistema determinado pela secretaria de Estado de Saúde (Sesa), com ensino híbrido, número limitado de alunos, distanciamento social, disponibilização de álcool gel e uso obrigatório de máscaras. As escolas também terão que manter a opção online para os pais que não quiserem mandar os filhos para as escolas.
A Escola Atuação, por exemplo, já avisou os pais sobre a possibilidade de aulas curriculares presenciais.