O município de Arapongas, no Norte do Estado, tem cerca de 124 mil habitantes e encontra na indústria moveleira sua principal força. O segmento é o que mais emprega no município, fazendo da cidade a maior produtora de móveis do país.
De acordo com Irineu Munhoz, presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas (Sima), são cerca de 270 empresas do segmento no município e que juntas empregam cerca de 10 mil pessoas de forma direta.
“Os estados do Sul mais São Paulo produzem cerca de 80% de todos os móveis no Brasil. Mas Arapongas, individualmente, é o município que mais fabrica móveis no país. Isso faz com que a cidade seja a capital moveleira do Brasil”, afirma.
O segmento começou a se estruturar por volta da década de 1970, quando a região deixou de ser produtora de café. As primeiras empresas começaram a surgir e logo a vocação se espalhou pelo município e cidades do entorno.
Segundo Munhoz, além da facilidade de concentrar maior número de fornecedores, a proximidade das empresas moveleiras na região também permitiu a criação de um centro de tratamento de resíduos, o Cetec. “Chegamos a produzir 300 toneladas de resíduos de madeira por dia. Este resíduo é todo tratado e se transforma em energia. Trata-se do primeiro centro que nasceu de uma iniciativa de um sindicato e resolveu um grande problema ambiental”, diz.
Para ele, o programa Feito no Paraná cumpre um papel importante de valorização da indústria local. “A fabricação de móveis é uma vocação do Paraná e é muito importante que o paranaense saiba disso. Produzimos no Estado móveis sustentáveis, com uma qualidade fantástica e design apurado”, afirma.
DIFERENCIAL – Com fábrica em Sabáudia, a Movelim é uma empresa que produz móveis de alto padrão, para lojas de decoração. Com 19 anos no mercado e totalmente familiar, eles empregam cerca de 50 pessoas, além de terceirizarem parte de sua produção, gerando mais empregos indiretos.
Sonia Cristina Graçano Barros de Carvalho, diretora e designer da empresa, conta que a família foi aprendendo aos poucos as nuances do negócio. “Não tínhamos experiência com a produção de móveis. Fomos evoluindo, entendendo melhor o mercado e hoje temos vendas programados até o mês de janeiro e nem estamos mais aceitando pedidos para 2020”, conta.
A empresa fabrica diversos tipos de móveis, mas as mesas e as cadeiras são o carro-chefe. O diferencial da Movelim é a produção de móveis em madeira maciça, com destaque para o design. As peças fabricadas misturam couro, cordas naturais e tecidos em algodão, dando aos produtos singularidade e sofisticação.
Sonia conta que, com a pandemia, viu-se obrigada a parar a produção por um mês. “Mas a partir de junho o mercado começou a se recuperar e até inverteu completamente: enquanto as indústrias pararam de produzir, as pessoas começaram a comprar demais. Então estamos sentindo o impacto disso, com falta de matéria-prima, por exemplo”, explica.
No entanto, o fato de usar boa parte de produtos nacionais em seu processo fabril tem facilitado o trabalho da empresa em tempos de pandemia. “Muitos fornecedores optaram por exportar, já que o mercado interno parou repentinamente. Mas agora as coisas estão começando a voltar ao normal”, afirma.
Além de abastecer as principais lojas de decoração do Sul do país, a Movelim exporta para diferente países da América Latina e América do Norte.
GIGANTE – Outra empresa do segmento é a Caemmun. Fundada há 27 anos, emprega cerca de 500 pessoas, tem duas unidades fabris – uma em Arapongas e outra em Sabáudia – e exporta cerca de 25% de toda a sua produção para mais de 50 países.
Especializada em móveis seriados, a empresa figura entre as maiores do país no segmento e fornece seus produtos para todas grandes redes do país e também para algumas redes internacionais. Além da marca Caemmun, a fábrica produz a marca Líder Casa, com móveis de padrão superior.
De acordo com Munhoz, que faz parte do conselho de administração da empresa, além das fábricas, o grupo Caemmun tem um segmento agroflorestal, que fornece matéria-prima para a indústria. “Temos uma fazenda de produção de madeira, situada em Cândido de Abreu. Atuamos de várias formas para sustentar o negócio principal”, conta.
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