ção do MST deve ser tipificada como terrorismo”. As frases acima foram ditas no último dia 29 por Jair Messias Bolsonaro (PSL), presidente do Brasil eleito no pleito deste ano. Ao longo de toda a campanha, o então candidato não poupou críticas à atuação do Movimento dos Sem Terra (MST). Em Arapongas, Bolsonaro recebeu expressivos 51,9 mil votos no segundo turno, ou 83,4% do total válido, o terceiro maior índice do Paraná. Curiosamente, o município abriga um assentamento criado por integrantes do MST, que é considerado modelo de gestão para todo o movimento.
O assentamento Dorcelina Folador leva o nome da ex-prefeita de Mundo Novo (MS), de origem sem-terra, que foi assassinada com seis tiros pelas costas em 1999, enquanto exercia o mandato. Instalada na região Sul de Arapongas há quase 20 anos, a comunidade de trabalhadores rurais tem 775 hectares de área total, abrigando em torno de 90 famílias, totalizando cerca de 500 pessoas.“Acredito que estas eleições foram muito acaloradas. Os ânimos de todos ficaram à flor da pele, a emoção substituiu a razão e nós, do MST, fomos um dos alvos de parte da população. Por mais que este clima possa causar algumas dificuldades para nós, não nos assusta. Estamos ‘calejados’ e, além do mais, estamos consolidados na cidade. Já são muitos anos em Arapongas, temos uma clientela que nos conhece e gosta dos nossos produtos”, diz Dirlete Dellazeri, moradora do assentamento e uma das representantes das famílias.
Segundo ela, por mais que tenham votado em Bolsonaro, muitos eleitores não compactuam com o pensamento do presidente eleito. “Acho que a maioria votou contra o PT, e não a favor de Bolsonaro. Esta visão negativa em relação ao MST como um todo é um efeito do período eleitoral e nós não disputamos a eleição. Nossa missão é mudar a sociedade através da agricultura. Muita gente sabe que somos povo trabalhador, como a grande maioria dos brasileiros. Não somos diferentes de ninguém, nem mesmo dos outros assentamentos”, afirmou.
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