Grandes marcas de cerveja não informam, no rótulo do produto, se a cevada foi substituída por outro cereal e em que quantidade, segundo denúncia recebida pelo Ministério Público Federal de Goiás (MPF-GO).
O órgão decidiu investigar possíveis irregularidades nas cervejas da Ambev (dona das marcas Antarctica, Brahma e Skol), Petrópolis (Itaipava e Crystal), Heineken e Brasil Kirin (Devassa e Schin).
No Brasil, é permitido que as cervejarias substituam até 45% do malte de cevada por outros cereais, como milho ou arroz. Quanto menos cevada, porém, menos pura é considerada a cerveja. Para baratear custos, muitas fabricantes optam pelo milho transgênico (geneticamente modificado).
No entanto, se a embalagem não informar qual o cereal substituto e a porcentagem usada, o consumidor pode ser induzido ao erro, segundo a Procuradora da República Mariane Guimarães de Mello Oliveira.
“O consumidor tem direito à informação clara a respeito do produto que está consumindo, principalmente devido aos eventuais riscos à saúde do consumo de milho transgênico, além de eventuais alergias a determinados produtos presentes nas fórmulas”, diz.
A procuradora enviou ofício ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento cobrando informações sobre como é feita a fiscalização dessas cervejas. O ministério tem 30 dias para responder.
Procurados, o Ministério da Agricultura e as cervejarias não responderam até a publicação desta reportagem.