Brasília – “O tal do Abril Vermelho é uma oficialização da balbúrdia, da baderna, do descumprimento da lei que a gente não pode aceitar de maneira nenhuma”. Assim o presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado federal Pedro Lupion (PP-PR) define as ações do Movimento dos Sem Terra (MST) no quarto mês do ano.
Pelo menos 28 áreas foram invadidas em 11 estados do país até esta quarta (17). Lupion afirma que a resposta dos produtores rurais vem na iniciativa chamada de Abril Verde. “É uma resposta importante para contrapor esse abril vermelho, de pautas contra invasões e que a gente consiga deixar claro que invasão é crime, tem que ser punido e tem que ser criticado, inclusive pelo governo”.
O governo federal, por sinal, recebeu críticas do presidente da FPA, pela postura de defesa do MST e sem denunciar ou repudiar os atos ilícitos do movimento. “O próprio presidente da República, em evento recente do lançamento da tal da prateleira de terras, elogiou as ações do MST, aí fica difícil”.
Por falar na “prateleira”, de acordo com o paranaense, não se trata de algo novo. “É um compêndio legal de tudo aquilo que já está previsto na legislação. O problema é que eles não apresentam solução prática nenhuma, não colocaram orçamento, não mostraram de onde vai sair o dinheiro, como é que vão comprar essas áreas”.
“Passar pano”
O presidente da FPA disse ainda que não tem como “ficar passando o pano e agradando” para as ações do Palácio do Planalto. “O mesmo governo que fala que quer se aproximar do agro é o governo que tira o dinheiro do pró-agro, que bota o MST dentro do Palácio do Planalto e de ministérios, que não entrega o seguro rural, que anuncia medidas emergenciais, mas que esse dinheiro vai sair do próximo plano safra, ou seja, vai criar um problema lá para frente”.
Ele ressaltou que os ruralistas no Congresso Nacional não permitirão que direitos dos produtores rurais sejam vilipendiados. “A FPA só existe para proteger os interesses dos produtores rurais do Brasil. Quando esses interesses são atacados frontalmente pelas ações do próprio governo, a gente não pode ficar de tapinha nas costas, conversinha e tentando criar pontes. Nós só existimos para proteger o agro brasileiro, e é isso que nós fazemos”, finalizou.