Setenta marmitas com feijão, arroz, frango refogado com batata e couve foram entregues na quinta-feira (1º) por voluntárias a pacientes e acompanhantes carentes, que aguardavam atendimento no Hospital Regional João de Freitas em Arapongas.
As refeições são entregues duas vezes por semana, às terças e quintas-feiras. A iniciativa surgiu há três semanas e os alimentos que são servidos nas “quentinhas” são fruto, quase sempre, de doações. “Preparo tudo como se fosse para os meus filhos”, garante a cabeleireira araponguense Ediana Ramos Gualberto Barros, de 36 anos, que colocou o projeto em prática e divide o tempo entre os afazeres de casa, cuidado com os filhos e o salão de beleza, que trabalha no período da tarde.
Ediana, que é mãe de quatro meninas e um menino, teve a iniciativa de fazer as marmitas solidárias após passar a frequentar o Hospital João de Freitas em ação da igreja que frequenta. Junto com outros capelães da Comunidade Batista Vida Nova, ela visita o local toda semana para orar com os enfermos, desde outubro do ano passado. “Senti no meu coração que precisa fazer algo a mais”, diz.
O sentimento tornava-se mais intenso quando se deparava com pacientes e acompanhantes, que muitas vezes passam o dia na unidade à espera de atendimento e exames. É comum os pacientes passarem o dia nas dependências do hospital, porque vêm de ônibus ou vans de prefeituras e precisam esperar até que todos sejam atendidos, para retornarem para o município de origem. “Antigamente tinha um capelão que fazia as marmitas, mas foi embora.
Há três meses, comecei me preparar mais para fazer este trabalho. Conversamos com a direção do Hospital João de Freitas, que deu o aval para que entregasse as marmitas aqui dentro”, comenta. Inclusive, segundo Ediana, doaram uma caixa de isopor, para o transporte das marmitas.
“Também comecei a comentar sobre este projeto e passei a receber doações dos membros da igrejas e de pessoas que se identificaram”, destaca. “O trabalho maior que tenho é em preparar os alimentos, mas conto com a ajuda de dois voluntários da igreja e também dos meus filhos. Às vezes, preciso somente comprar carne e o gás”, sublinha. Sobre o preparo, a cabeleireira comenta que coloca pouco sal e temperos fortes, para que todos possam comer. “Tenho que pensar que são pessoas com problemas de saúde que vão comer essa marmita”, observa. (Colaborou Fernanda Neme)
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