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Apucarana

Estamos envelhecendo: população de idosos cresce em Apucarana

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Daqui a 25 anos, Apucarana terá quase um terço da população formada por idosos. É o que os especialistas na área chamam de “tsunami prateado”, que é o termo relacionado à longevidade e à conquista de uma vida mais longa e com qualidade. Em 2050, a expectativa que é 30% da população do município terá acima de 60 anos.

A estimativa é do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), que fez uma projeção da evolução populacional de todo Estado com base em dados do Censo Demográfico de 2022. 

Segundo o Ipardes, Apucarana atinge neste ano 134.305 habitantes. Do total da população, 18,69% das pessoas têm mais de 60 anos. Nos próximos cinco anos, o município vai registrar um aumento gradativo de moradores, até alcançar o ápice populacional em 2032, com 135.543 mil habitantes e uma proporção de idosos de 22,39% da população. A partir desse ponto, segundo a estimativa, a cidade o número de habitantes começará a regredir.

Em 2050, a estimativa é que a cidade tenha pouco mais de 127 mil habitantes, sendo que 31,25% desse total será composto pela terceira idade.

A explosão demográfica da população idosa, no entanto, não deve ser vista como “fim da linha”. A nova realidade pode vir a se tornar uma primavera social e economicamente bem-sucedida. O professor universitário e economista, Rogério Ribeiro, frisa que a transição demográfica implica posicionamentos tanto do governo – municipal, estadual e federal, quanto dos empreendedores. “O próprio comércio precisa se segmentar e começar a ter alternativas para pessoas idosas”, analisa o professor, acrescentando que a economia também deve evoluir de acordo com a nova realidade.

A necessidade de qualificação para garantir um emprego fará com que os idosos continuem a garantir vagas de trabalho frente aos mais jovens. “Porque [atualmente] já vemos que há uma quantidade maior de idosos no mercado de trabalho, não se percebe tantos jovens ocupando cargos administrativos e de responsabilidade. Com o passar dos anos, veremos essas pessoas continuando no mercado de trabalho, porque a expectativa de vida aumenta e também aumenta a vida produtiva”, ressalta Ribeiro.

O professor universitário reforça por fim, que o essencial para garantir resultados com a diferença na expectativa de vida é acontecer uma “mudança de posicionamento, de atitudes e cultura”.

Medicina para preparar e não apenas curar

A nova mentalidade também passa pelo setor de saúde. É o que afirma Rosangela Kuchpil de Souza Alves, médica da Família e Comunidade, que atua com idosos há mais de 20 anos. Segundo ela, uma nova mentalidade deve ser adotada nos dias atuais para preparar os idosos de amanhã. “A saúde preventiva, tanto física como mental, é a solução para uma vida idosa saudável”, afirma a médica.

A médica, que atua em consultório próprio e também na Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro Jardim Aclimação explica que prioridade deve ser o cuidado preventivo, não o curativo, o que implica em uma mudança de paradigmas em relação ao que a população espera da medicina.

A profissional explica também que o acompanhamento especializado com médico geriatra é importante a partir dos 50 e/ou 60 anos, mas não é obrigatório. “O mais indicado é o acompanhamento clínico a partir dos 40 anos, para todo mundo. Caso seja necessário, o médico irá te encaminhar para um especialista”, diz. Por fim, a médica aponta que a saúde mental também é essencial para viver a terceira idade de forma proveitosa. “Rotinas funcionais garantem a saúde mental, até porque a idade é influenciada pela mente – o corpo é um reflexo do que pensamos”.

Vida ativa, independência e hobbies tornam terceira idade mais saudável

Além de residirem em Apucarana, Silma Francisca Jesus de Paula Macedo, de 74 anos, e Newton César Souza Neves, de 62, possuem algo em comum: vivem intensamente a terceira idade e se tornaram aposentados que levam uma vida ativa.

Apesar de ter nascido em Sapopema (SP), Silma Francisca viveu por anos em Curitiba e foi da capital que veio para Apucarana, após o filho receber uma proposta de emprego. Viúva desde 2018, ela concordou em mudar de cidade para ficar perto da família.

Perto da família, mas não tanto. “Não dependo dos familiares, porque eles também não têm condições de estar comigo 24 horas. Quando tenho que ir para o centro, pego o ônibus, desço na área central e exploro. Eu estou sempre explorando Apucarana”, brinca. Apesar de possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH), e até mesmo ter feito a renovação recentemente, a idosa frisa que prefere a liberdade do transporte coletivo. Indo na contramão de muitos idosos, Silma não enfrenta dificuldades tecnológicas e é usuária frequente de carros de aplicativos.

Professora de inglês aposentada desde 1995, ela segue um estilo de vida agitado: frequenta a academia quase todos os dias – exceto às quartas-feiras, faz tricô e até mesmo participa de um grupo da terceira idade. “Comecei por convite de uma prima, é uma atividade a mais”, explica. Para ela, o momento de compartilhamento com os colegas é essencial para garantir que continuará ativa. Se tivesse se “aposentado” de viver, junto à aposentadoria do trabalho, Silma garante que estaria travada.

Paixão por motos e amizades



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Foto por Arquivo pessoal/Newton

Newton César, 62 anos, também é professor aposentado e escolheu viver uma rotina recheada de atividades após deixar as salas de aula, para garantir que a saúde física e psicológica se mantenha em boas condições. Ele vê a terceira idade com leveza e mantém em seus afazeres um hobby que possui desde a juventude.

Além dos compromissos “comuns”, como caminhada e ajudar a esposa em um empreendimento da família, Newton alimenta uma paixão que possui desde a juventude: é membro de motoclube há mais de 22 anos. Atualmente participante do “Cilindro de Aço”, com sede em Apucarana, ele sai com a esposa na garupa para viagens e passeios quase que semanais. O grupo não precisa de muita motivação, um simples café da manhã em um restaurante às margens da rodovia é o suficiente para caírem na estrada. “Viajar é o essencial, pegar a estrada”, frisa Newton.



							Estamos envelhecendo: população de idosos cresce em Apucarana
Foto por Arquivo pessoal/Newton

Segundo Newton, o motociclismo é que garante interação social, uma boa saúde psicológica e muita história na bagagem para contar. Em média, o motoclube Cilindro de Aço conta com 35 pilotos, sendo cerca de sete pessoas com mais de 60 anos.

Com o tempo, laços de amizade se criam e Newton também faz questão de incentivar o restante da família. “Minha esposa é minha garupa, começou por influência minha”. Não satisfeito, o professor aposentado faz questão de incluir o sobrinho neto de apenas 10 anos. Satisfeito com as novas oportunidades, o pequeno Raphael Penharbel Godoi mostra que as paixões podem começar desde criança, enquanto seu tio-avô evidencia que a terceira idade não é o fim para as felicidades da vida.

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Foto por Arquivo pessoal/Newton

Informações e Foto por Ana Quimelo/TNOnline

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