A instalação do processo de Impeachment, pela Câmara dos Deputados, contra a presidente Dilma Rousseff, ao que parece, terá desdobramento para interesses diversos e, por isso, é visto como aprovado, embora, posteriormente, tenha que ser remetido ao Senado, onde o jogo poderá ter nuances diferentes.
O maior interessado na aprovação do processo pela Câmara Federal é o PMDB, que estará jogando todas as fichas nesse sentido. Em caso de afastamento, por lei, da presidente, pelo prazo de 90 dias, enquanto durar o processo, a cadeira presidencial será ocupada por Michel Temer, que já é reconhecido como desafeto de Dilma.
Temer, reeleito para presidir o PMDB, foi autor de determinação, a qual impede que membros do partido aceitem convite para preencher cargos no primeiro escalão do governo. Tanto assim que não compareceu à posse de Lula, quando um membro do seu partido também foi empossado como ministro, considerando desrespeito a uma decisão interna, portanto, levará o caso à comissão de ética da agremiação.
O vice-presidente luta por afastar o PMDB da base de apoio a Dilma, caminhando para a oposição e, com isso, abrindo caminho para candidatura própria ao Planalto. Assumindo a cadeira presidencial, nesse espaço de tempo, ou, ainda, caso Dilma “caia do cavalo”, estará na grande vitrine para preparar sua campanha.
Por esse ângulo, nada melhor do que assar para a oposição, com determinação de votos do partido favoráveis ao impeachment, assim como farão também, acredita-se, o PSB e outras agremiações, que também “pularam do barco”.
Assim, Temer deverá aproveitar o cavalo encilhado que está passando.