Neste momento em que o Governo Federal busca encontrar meios para superar a violenta crise financeira, a elaboração do pacote enviado ao Congresso, com a chamada “medida amarga”, tem gerado muito mais polêmica do que mesmo a expectativa de solução, considerando que vários itens constantes no pacote não agradam sequer ao próprio Partido dos Trabalhadores, que criticam e até prometem pensar muito, antes da votação.
Surge, agora, como medida intermediária, a viabilidade de o governo promover a liberação dos chamados jogos de azar no País e, através dos quais, uma estimativa alimenta que o governo poderá auferir, através de impostos, soma superior a R$ 20 bilhões/ano.
Se tomada por base, a abertura de cassinos, legalização de bingos e outras casas de jogos, assim com propaganda de estimulação ao jogo, hoje considerado ilícito, certamente, muitos milionários que hoje viajam para apostar alto em cassinos internacionais, na vontade de “estourar bancas”, passarão a jogar aqui e, com isso, deixar aqui o dinheiro que leva para o exterior, o que se poderia considerar como positivo.
No entanto, existe o outro lado da moeda, representado pela classe mais humilde da população, que vive endividada e, na esperança de saída, apela para a fezinha do jogo do bicho (considerado sério, já que, através de um simples pedaço de papel, sem assinatura, é honrado com o pagamento do prêmio, pelo banqueiro). Com a presença de bingos e cassinos, essa classe passará, certamente, a tentar uma sorte maior.
Outra constatação é que a simples liberação dos jogos de azar possa trazer, no bojo, o crescimento da criminalidade, com aumento do tráfico de drogas, tráfico de mulheres e outros, que geralmente ocorrem de maneira paralela.
A ideia, certamente, passará por estudos, já que agrada a uma grande parcela dos parlamentares que, com essa solução, não terão que prestar contas ao povo, pela aprovação da CPMF e outros impostos e medidas impopulares que poderão refletir negativamente na próxima campanha eleitoral.