Ainda em isolamento em Curitiba, o secretário de Estado da Saúde, o médico apucaranense Beto Preto, que recebeu alta no último sábado após oito dias de internamento, fez um relato de sua experiência pessoal em relação ao coronavírus.
Além de fazer um reconhecimento aos profissionais de saúde na linha de frente da pandemia, ele relata que mesmo com conhecimento técnico a respeito da doença, enquanto paciente, também passou pela angústia em relação a evolução do vírus e os impactos do isolamento familiar.
“Na condição de secretário de Estado da Saúde, de gestor da política pública de saúde, volto revigorado para servir o Paraná e os paranaenses. Pela memória de cada pessoa que adoeceu, que não venceu a Covid-19, de cada família que hoje chora, de cada comunidade que está enlutada, de cada cidade entristecida, reafirmo o meu compromisso de trabalhar ainda mais. Precisamos continuar nos cuidando. Vamos passar. Vamos em frente”, disse o secretário.
Beto Preto repassou que sentiu os sintomas comuns da doença: dores de garganta, tosse e um pouco de febre. “Fiquei num leito de enfermaria em observação. A doença, embora tenha sido moderada, nos dá uma angústia sobre a sua evolução. Temos acompanhado e falado sobre a situação da pandemia do coronavírus no Paraná todos os dias. Sabemos da sua gravidade. É uma doença que nos pega rapidamente, pode nos levar para o leito de um hospital e até mesmo agravar. Na condição de médico, posso dizer que do ponto de vista clínico, os prognósticos diários me animavam. Mas também tive períodos de incerteza. A ausência da família, a distância de casa, a saudade dos filhos e da esposa em Apucarana pioram um pouco o quadro. Embora seguro com a excelência da infraestrutura do Sistema Único de Saúde do Complexo e de sua conceituada equipe, que tem a sua marca na referência hospitalar do Paraná e do Brasil, ainda assim os momentos foram difíceis. A minha medicação foi estabelecida em analgésicos e antitérmicos, nada além disso. Não há, repito, nenhuma drogaria que nos coloque na condição de prevenção no momento. Os dias foram passando, e a recuperação gradativa se apresentava mais sólida. Dividi com outros pacientes no hospital a rotina de quem conta os dias para o retorno ao lar. E foi com esse horizonte que estou recuperado”, comenta.