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Mundo tenta se blindar de variante, que começa a se espalhar

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A descoberta de uma nova variante do coronavírus na África Sul, potencialmente mais contagiosa, gerou alerta no mundo ao final desta semana, com países ocidentais tentando se blindar com bloqueios aéreos, ao mesmo tempo em que os primeiros casos começam a ser registrados.

A variante se chama ômicron. Ela é a primeira desde a detecção da delta, há cerca de um ano, a ganhar da Organização Mundial da Saúde (OMS) o rótulo de “variante de preocupação”, sua categoria mais elevada.

A designação significa que a variante tem mutações que podem torná-la mais contagiosa ou mais virulenta, ou tornar as vacinas e outras medidas preventivas menos eficazes – embora nenhum desses efeitos ainda tenha sido oficialmente confirmado.

A Bélgica relatou um caso: um viajante que passou por Egito e Turquia, e não esteve na África do Sul, o que sugere já estar acontecendo transmissão comunitária além da região sul da África. Outros casos também foram detectados em Israel e Hong Kong.

Especialistas preveem ser que questão de tempo até que a nova variante se alastre pelo Ocidente. Neste sábado (27/11), uma autoridade local alemã anunciou o primeiro caso suspeito, no estado de Hesse, e disse que a variante possivelmente já entrou no país. A Holanda informou que no dia anterior detectou 61 infectados em dois voos proveniente da África do Sul. Testes serão feitos para confirmar de qual variante se tratam os casos.

A rápida disseminação da variante ômicron entre os jovens na África do Sul deixou profissionais de saúde em alerta. Em apenas duas semanas, a variante transformou uma época de baixa transmissão no país em um período de rápido crescimento de casos.

Desde sexta-feira, países como Brasil, EUA, Canadá e membros da União Europeia começaram proibir a entrada de viajantes que estiveram nos últimos 14 dias em seis países do sul da África: África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue.

Por que a nova variante preocupa tanto

A nova variante B.1.1.529, batizada de ômicron pela OMS, foi descoberta em 11 de novembro de 2021 em Botsuana, que faz fronteira com a África do Sul. Neste país, os registros ocorreram principalmente nas cidades de Joanesburgo e Pretória, na província de Gauteng, onde a incidência da covid-19 está alta.

Cientistas estimam que até 90% dos novos casos de coronavírus em Gauteng estejam associados à variante ômicron. Eles acreditam ainda que a cepa já se espalhou para outras oito províncias sul-africanas.

A preocupação dos pesquisadores é com o fato de a variante ômicron demonstrar um número extremamente alto de mutações do coronavírus. Eles encontraram 32 mutações na chamada proteína “spike”. Na variante delta, considerada altamente infecciosa, foram achadas oito mutações.

Ao mesmo tempo em que o número dessas proteínas não é uma indicação exata do quão perigosa a variante pode ser, isso sugere que o sistema imunológico humano pode ter maior dificuldade em combater a nova variante.

Há indicações de que a ômicron possa escapar das respostas imunológicas, gerando riscos mais altos para as pessoas. Entretanto, as infecções com a nova variante não necessariamente serão mais graves do que as anteriores.

rpr (AP, AFP)

© Jerome Delay/AP/picture alliance Aeroporto de Paris: passageiros esperam para retornar à África do Sul

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