Mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, os nascimentos no Paraná seguem acontecendo em ritmo quase que frenético. Alguns podem até imaginar que seja um efeito do isolamento social, com os casais mais tempo em casa, compartilhando mais momentos íntimos, mas aqui não nos referimos ao nascimento de pessoas físicas, de seres humanos, e sim ao nascimento de pessoas jurídicas (o popular PJ), que nada mais são do que entidades como empresas, ONGs, sociedades, fundações e também o microempreendedor individual (MEI).
Dados da Junta Comercial do Paraná (Jucepar) e do Portal do Empreendedor mostram que entre abril e outubro foram criadas no Paraná pelo menos 106 mil pessoas jurídicas, o que significa que a cada dia foram emitidos 495 novos CNPJs (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) no estado. O número diz respeito à constituição de 32.197 empresas e filiais entre os meses de abril e outubro, conforme dados da Jucepar, aos quais se somam ainda os 73.827 novos MEIs ativos – em 31 de março o Paraná somava 620.917 microempreendedores, ao passo que em 31 de outubro esse número já havia saltado para 694.744.
O
movimento de criação de pessoas jurídicas contrasta com a retração do mercado formal de trabalho, mas também dialoga em alguma medida com esse cenário, já que muitas pessoas que perderam seus empregos resolveram (ou se viram obrigadas) a empreender, criando suas empresas ou então se adequando ao fenômeno da “pejotização” nas relações de emprego. Outras situações, porém, também acontecem, não raro de uma forma inesperada.
Foi o caso do YouRock Bar. Localizado na Rua Piquiri, no Rebouças, a empresa estava com inauguração prevista para o começo de abril. Duas semanas antes, porém, o novo coronavírus começou a circular pelo Paraná e veio o primeiro movimento de fechamento social, com empresas baixando as portas temporariamente e a suspensão das aulas presenciais nos estabelecimentos de ensino. A solução, então, foi adiar a estreia, conta Ivan Cruzeiro, administrador do YouRock.
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Na pandemia, Paraná registra o ‘nascimento’ de uma pessoa jurídica a cada três minutos
O YouRock Bar abriu em meio à pandemia: tecnologia e adaptação ao “pior momento possível” (Foto: Valquir Aureliano)
29/11/20 às 22:30 Atualizado às 21:03Rodolfo Luis Kowalski
Mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, os nascimentos no Paraná seguem acontecendo em ritmo quase que frenético. Alguns podem até imaginar que seja um efeito do isolamento social, com os casais mais tempo em casa, compartilhando mais momentos íntimos, mas aqui não nos referimos ao nascimento de pessoas físicas, de seres humanos, e sim ao nascimento de pessoas jurídicas (o popular PJ), que nada mais são do que entidades como empresas, ONGs, sociedades, fundações e também o microempreendedor individual (MEI).
Dados da Junta Comercial do Paraná (Jucepar) e do Portal do Empreendedor mostram que entre abril e outubro foram criadas no Paraná pelo menos 106 mil pessoas jurídicas, o que significa que a cada dia foram emitidos 495 novos CNPJs (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) no estado. O número diz respeito à constituição de 32.197 empresas e filiais entre os meses de abril e outubro, conforme dados da Jucepar, aos quais se somam ainda os 73.827 novos MEIs ativos – em 31 de março o Paraná somava 620.917 microempreendedores, ao passo que em 31 de outubro esse número já havia saltado para 694.744.
O movimento de criação de pessoas jurídicas contrasta com a retração do mercado formal de trabalho, mas também dialoga em alguma medida com esse cenário, já que muitas pessoas que perderam seus empregos resolveram (ou se viram obrigadas) a empreender, criando suas empresas ou então se adequando ao fenômeno da “pejotização” nas relações de emprego. Outras situações, porém, também acontecem, não raro de uma forma inesperada.
Foi o caso do YouRock Bar. Localizado na Rua Piquiri, no Rebouças, a empresa estava com inauguração prevista para o começo de abril. Duas semanas antes, porém, o novo coronavírus começou a circular pelo Paraná e veio o primeiro movimento de fechamento social, com empresas baixando as portas temporariamente e a suspensão das aulas presenciais nos estabelecimentos de ensino. A solução, então, foi adiar a estreia, conta Ivan Cruzeiro, administrador do YouRock.
“Seguramos um pouco a obra e abrimos em meados de julho, operando só com o delivery e take-away. 20 dias depois permitiram a presença mínima do público e começamos a atender no local”, conta o empresário, explicando que decidiu abrir o negócio mesmo naquilo que ele chama de “pior época possível economicamente” para já poder ir ajustando a operação e divulgando a novidade.
“Foi bem positivo, funcionou como o esperado. O público começou a conhecer o local, a frequentar e tem funcionado super bem. Claro que nada próximo do esperado em tempos normais, mas bem aceitável para o momento que atravessamos”, afirma Ivan. “No primeiro mês, a operação não se pagou. No segundo mês, porém, já começou a se pagar. Temos uma estrutura enxuta, com investimento grande em tecnologia, para possibilitar a operação com baixo custo. Isso viabiliza o negócio em épocas como agora.”
paixão que virou um negócio promissor
Outra empresa que começou a operar no Paraná em plena pandemia, atendendo o público da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), foi a Adega On, que comercializa vinhos pelo WhatsApp e iFood. Fundador do negócio, Andrei de Souza Gonçalves conta que a inspiração que o levou a empreender veio de uma experiência pessoal: ele mora em Pinhais e tinha dificuldade para encontrar bons vinhos com entrega rápida.
“Os consumidores dos municípios situados ao pé da Serra do Mar e colados a Curitiba não tinham um serviço de delivery especializado em vinhos e contavam apenas com o comércio tradicional da região, especialmente das distribuidoras de bebidas de bairro. Sem lojas especializadas, nossos clientes dependiam dos poucos rótulos encontrados em algumas distribuidoras e restaurantes ou precisavam ir até o hipermercado, um problemão para quem gosta de qualidade e preza pela agilidade”, conta o empresário, relatando ainda que o problema ficou ainda mais evidente na pandemia, quando supermercados tiveram de fechar nos finais de semana e o isolamento social levou as pessoas a preferirem comprar por delivery.