A cidade dos passarinhos completou 71 anos de sua emancipação no último dia 10
(Praça do Santuário: Paróquia de Nossa Senhora Aparecida: [Rua Drongo]: Arapongas, PR – 1956) Fonte: IBGE.
A região que futuramente se tornaria Arapongas ainda não era conhecida como tal, quando William da Fonseca Brabason Davids, na época diretor da Companhia de Terras Norte do Paraná e Prefeito do município de Londrina, idealizou e fundou o plano diretor da cidade. Em 28 de setembro de 1935 um dos primeiros moradores da área urbana, o comerciante Francês Renê Cellot e sua filha Geanine Cellot, compraram um lote aonde foi construído uma das primeiras casas de comércio da cidade. Neste espaço funcionava banco, correio, farmácia, mercado, etc. Hoje se encontra no local o prédio do Banco Bradesco Dia&Noite localizado na Av. Arapongas, 300.
A partir deste ponto Arapongas foi se desenvolvendo e formando povoados como a colônia esperança em 1937, que se constituíam de imigrantes japoneses e eslavos. Um ponto importante para o crescimento da cidade neste período foi a construção da linha férrea inaugurada em 1º de janeiro de 1941, que segundo a historiadora Camila Ribeiro, teve uma grande importância para a cidade. “Pra vir de Londrina para cá levavam dois dias a pé, a linha férrea trouxe o progresso para a nossa cidade, nós sofríamos muito pela escassez do transporte, então através da linha férrea foi aonde começou o desenvolvimento da nossa cidade”, relatou ela.
Até o ano de 1943, Arapongas ainda fazia parte do território do município de Londrina, porém, em 30 de dezembro do mesmo ano passou-se a ser distrito judiciário de Rolândia. Isso se deu até 1947, quando alguns problemas relacionados ao desenvolvimento do distrito levaram o povo Araponguense a criar a Sociedade de Amigos de Arapongas e conseguir, por meio do Governo Federal, a emancipação da cidade no dia 10 de outubro de 1947, desvinculando-se assim de Rolândia e criando o município de Arapongas.
“A Sociedade de Amigos de Arapongas lutou pra poder emancipar o nosso município, porque nós estávamos com problemas de crescimento devido não termos recursos próprios pra poder estar investindo, tudo dependia de outro município e o povoado aqui acabava sendo esquecido”, reforçou Camila.
Já o nome “Arapongas”, veio se concretizar por conta de uma sugestão de Elizabeth Thomas, esposa de Arthur Thomas, que em passeio pela cidade notou a grande quantidade de passarinhos e que entre eles se destacavam, com um canto muito estridente as Arapongas, dando origem assim ao nome da cidade.
Por conta também da quantidade demasiada grande de Aves na cidade, foi decretado uma lei, para que todas as ruas do município possuíssem o nome de pássaros. Isso trouxe um grande diferencial para a cidade, que se constituiu como a única em todo o país com tal especificidade. Porém, a avenida principal, hoje denominada Av. Arapongas, já foi conhecida por vários outros nomes durante a história. “A nossa Avenida, hoje denominada Av. Arapongas, teve o primeiro nome de Av. Central. Depois, ela veio a se chamar Av. Getúlio Vargas, durante a época que ele era presidente do nosso país, então devido ser uma ditadura, as pessoas queriam agradar o presidente e colocavam o nome dele nas ruas, praças, etc. Após Getúlio Vargas ter cometido suicídio, passou-se um tempo e a nossa Avenida foi denominada Av. Rocha Pombo. Após isso, ele ainda voltou a ser chamada de Av. Central, antes da concretização da lei para que todas as ruas tivessem o nome de pássaros”, contou a historiadora.
Hoje, Arapongas é o segundo maior polo moveleiro do Brasil. A cidade também possui área aproximada de 382 km² e, segundo dados do IBGE de 2018, se enquadra como o décimo sexto município mais populoso do Paraná, com um número de habitantes chegando a casa dos 121 mil.
(Aspecto do comércio na Avenida Presidente Vargas em Arapongas (PR) – 1960) Fonte: IBGE.
Estudante de Jornalismo: Gabriel Arruda