A Polícia Federal informou à Justiça ter apreendido, por volta de 10h da segunda-feira, 22, um bilhete manuscrito do empresário Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da maior empreiteira do País, que seria entregue a seus advogados.
O bilhete, segundo a PF, contém a expressão ‘destruir e-mail sondas’.
A PF informou ao juiz Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava Jato, que “como de praxe as correspondências dos internos são examinadas por medida de segurança”. A PF copiou o bilhete.
Segundo a PF, uma das provas da Lava Jato que pode incriminar Marcelo Odebrecht, preso desde sexta-feira, 19, é uma troca de e-mails entre funcionários da empreiteira.
A mensagem eletrônica, de 2011, faz referência à colocação de sobrepreço de US$ 25 mil por dia em contrato de afretamento e operação de sondas.
O e-mail foi enviado por Roberto Prisco Ramos para Marcelo Odebrecht e três executivos da empreiteira, Fernando Barbosa, Márcio Faria e Rogério Araújo, estes dois últimos também presos.
A descoberta do bilhete foi comunicada à Justiça Federal pelo delegado Eduardo Mauat da Silva, que integra a força-tarefa da Lava Jato.
Ele informou que na manhã de terça-feira, 23, os advogados de Odebrecht, Dora Cavalcanti e Rodrigo Sanches Rios, estiveram em seu gabinete, ‘ os quais ponderaram que o verbo ‘destruir’ se referia a uma estratégia processual e não a supressão de provas, destacando que o documento original teria sido levado a São Paulo por outro advogado e que iriam apresentá-lo’.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Odebrecht informou que está consultando a empresa.