Em grande expectativa os próximos capítulos da novela “impeachment” que está sendo escrita a três mãos: Câmara Federal, Senado e Justiça.
No último capítulo, após a votação do Senado, a ex-presidente Dilma foi condenada à perda do mandato, mas
ganhou, no fatiamento do processo, os direitos políticos. Assim, fica garantida a possibilidade de continuar exercendo cargos públicos e, com isso, a manutenção de foro privilegiado na continuidade dos processos, que responde perante a justiça federal, por possível envolvimento em operações ilegais na Lava Jato e outras.
Interessante é que, esse “salvo conduto” já levou, também, o ex-parlamentar Delcídio do Amaral a solicitar, junto a justiça, os mesmos privilégios que, na extensão, levará muitos outros políticos e, entre eles, o ex-presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha. Agora, no complemento da novela, o PT entrou com recurso solicitando anulação do processo de impeachment, enquanto partidos, agora da situação, querem a anulação
da segunda parte do fatiamento do processo, que garantiu direitos à ex-presidente.
Dentro desse imbróglio criado para ser decidido pelo STF, a expectativa é de que exista a possibilidade da
Corte simplesmente “lavar as mãos” e dizer que se trata de um problema atinente ao Senado. Este, se abraçar o problema e decidir acatar os recursos e votar pela anulação do processo no seu todo, anulará a posse de
Temer, fazendo com que tudo volte a estaca zero, viabilizando a abertura de um novo processo. Nesta esfera,
Temer deixará de ser presidente de fato e voltará a ser interino. Se, por outro lado, for aprovado o recurso da
situação, anulará a votação do fatiamento para caçar os direitos de Dilma e a pretensão de tantos outros políticos, que estão somente aguardando a decisão da justiça para entrar com recursos sobre os privilégios.
