O atleta Mateus Ângelo da Silva, conhecido como Feijão, de 20 anos, da equipe de handebol da Clínica Hijia/Livraria São Vicente Pallotti, de Arapongas, foi xingado de “macaco”, aos 8 minutos da etapa final, quando o time de Cambé vencia o jogo por 17 a 15.
O caso de injúria racial aconteceu na segunda-feira à noite no Ginásio Municipal de Esportes João de Deus Almeida, durante a final dos Jogos Abertos de Cambé. Diante do fato, a arbitragem decidiu encerrar o jogo, dando o título para Cambé. O autor da ofensa seria pai de um dos jogadores da equipe da casa.
Um dos árbitros afirmou que não teria condições de continuar a partida, pois os ânimos estavam a aflorados e achou por bem suspender a final. Apesar do acontecimento, a solenidade de premiação foi realizada normalmente. Ontem à tarde por telefone, Feijão disse que essa é a segunda vez que ele é vítima de racismo durante uma competição. “Ainda não me decidi, mas estou pensando em registrar um boletim de ocorrência contra o autor da injúria para que isso não volte mais a acontecer”, ressalta o atleta, que atua como pivô e armador.
Ele começou a praticar a modalidade de handebol no Colégio Estadual Emílio de Menezes aos 12 anos de idade, conquistando títulos. Devido ao seu potencial no esporte, por duas vezes ele defendeu a Seleção Paranaense em 2011 e 2012 no Campeonato Brasileiro de Seleções. Atualmente, ele trabalha numa loja em Arapongas. Quem também está indignado com o ocorrido na segunda-feira é treinador e atleta do time araponguense, Levi Xavier, companheiro de Feijão.
“Em 23 anos no handebol esse é o pior momento da minha carreira. Toda a nossa equipe e a comunidade do handebol de Arapongas estão muito sentidas com essa atitude. No próximo sábado devemos fazer um ato simbólico para que isso não volte a acontecer”, destaca Levi. A injúria racial está prevista no artigo 140, parágrafo 3º, do Código Penal, que estabelece a pena de reclusão de um a três anos e multa.
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