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Arapongas

Antes de pássaros, ruas de Arapongas tinham outros nomes; veja quais

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Com uma população de 126.545 habitantes, Arapongas é famosa por ter todas as ruas do perímetro urbano denominadas com espécies de pássaros. É a única do país com essa característica. O próprio nome da cidade é uma homenagem à ave araponga, conhecida pelo grito alto e estridente.

No entanto, nem sempre foi assim. Emancipado de Londrina em 1947, muitas vias públicas do município – que completou 75 anos em 10 de outubro de 2022 – tiveram outras denominações por 20 anos, homenageando pioneiros, personalidades, cidades e datas históricas. Nas primeiras duas décadas, Arapongas conviveu com mudanças e reviravoltas constantes nas denominações das ruas. Veja a lista baixo

Foi em 19 de agosto de 1967 que as ruas ganharam definitivamente a atual nomenclatura, quando foi publicado o decreto n° 47/67, durante a gestão do então prefeito José Colombino Grassano, “rebatizando” 213 ruas de Arapongas com pássaros da fauna brasileira.  

O engenheiro agrimensor Alexandre Razgulaeff foi responsável pelo desenho urbano de várias cidades criadas pela Companhia de Terras Norte do Paraná, que colonizou o Norte do Paraná, incluindo Apucarana. Na Cidade Alta, a escolha original do engenheiro foi nomear as ruas com nomes de cidades paranaenses. Com o tempo, a maioria das vias também foi modificada. 

Na formação de Arapongas, portanto, já existiam ruas chamadas de Pavão, Tico-Tico, Uru, Condor, Papagaio, Drongo, Macucos, entre outras. Camila conta que na gestão do primeiro prefeito eleito Júlio Junqueira, em 1948, houve a primeira alteração nos nomes das ruas de Arapongas.

Em 13 de março de 1956, na gestão de José Colombino Grassano, Arapongas implantou a lei de n°294/56, que proibiu qualquer alteração na nomenclatura das ruas que já tivessem nomes de pássaros. O artigo 2° da Lei 294/56, explica Camila Ribeiro, ainda permitia indicações de homenagens a parlamentares, civis e outras personalidades para as ruas futuras, sem a obrigatoriedade de pássaros.  “Os nomes, entretanto, deviam ser de pessoas falecidas que realmente prestaram serviços incontestáveis para o munícipio”, explica a historiadora.

A lei que determinou finalmente a obrigatoriedade de nomeação das ruas com nomes de pássaros – 522/64 – foi promulgada em 24 de abril de 1964, ainda na gestão de Colombino Grassano. “Mesmo com a criação da lei que proibia a nomeação das ruas de Arapongas com nomes que não fossem de pássaros, ainda tínhamos ruas com homenageando pessoas, personalidades históricas, cidades, entre outras, que só foram modificadas com nomes de pássaros no dia 19 de agosto de 1967, quando foi publicado o decreto de n° 47/67”, conta. 

Grassano ainda era o prefeito da cidade nesta época e foi, portanto, um dos principais responsáveis pela marca de “Cidade dos Passarinhos” no que diz respeito às ruas da cidade. O decreto 47/67 modificou 213 ruas. Aquelas já com nomes de pássaros continuaram com a denominação. A partir desta data, todas as novas vias criadas homenageariam aves.

Atualmente, são cerca de 1,7 mil ruas em Arapongas, divididas em mais de 260 bairros, registradas no Departamento de Cadastro Imobiliário da Prefeitura. Para buscar os nomes das novas ruas criadas, a Prefeitura utiliza um livro atualizado sobre as espécies de pássaros e garante ainda ter opções para muitos anos ainda.

O Distrito de Aricanduva, no entanto, não segue o padrão de ruas com nomes de pássaros. O bairro fica localizado próximo à divisa com Apucarana e tem ruas com nomes indígenas, como Coroa, Taguá, Caiapó e Guarani. 

UMA AVENIDA, QUATRO NOMES

A Avenida Arapongas, a principal da cidade, foi a que mais mudou de nome. Segundo a historiadora Camila Ribeiro, a primeira nomenclatura foi Avenida Central, modificada em 10 de novembro de 1948 pela lei n° 10/48 para Avenida Rocha Pombo. Essa denominação não durou muito. Em 5 de fevereiro de 1949, a Lei de n° 20/49 determinou que a retomada do nome Avenida Central.  

Em 11 de abril de 1956, com a Lei 301/56, outra mudança: a via passou a se chamar Avenida Presidente Getúlio Vargas. Esse nome permaneceu até o decreto de n° 47/67, quando virou finalmente a Avenida Arapongas.

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Ruas de Arapongas – História

de Fernando Klein / TNOnline

“Agindo Deus, quem impedirá?” Is 43:13

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