O furacão Ian causou perdas irreparáveis onde passou: a tempestade deixou cinco mortos em Cuba e 131 mortos nos EUA.
A tempestade foi a mais letal da história na Flórida, com mais de 129 pessoas mortas no estado litorâneo. Contudo, efeitos bizarros da tempestade ainda se espalham na região. Agora, a principal preocupação está com a bactéria carnívora Vibrio vulnificus, que já causou sete mortes até esta quinta-feira (20).
A Vibrio vulnificus é uma procarionte que habita regiões de águas oceânicas quentes. As autoridades de saúde floridenses registraram cerca de 30 casos do patógeno.
Esse micro-organismo infectou as pessoas durante as enchentes massivas que atingiram a costa ocidental da Flórida.
A bactéria causa febre, tremores, náuseas e lesões na pele dos infectados, e, por isso, é considerada “canibal”. Ela se alimenta dos tecidos da epiderme e musculares das vítimas em casos que não foram devidamente tratados e pode ser extremamente fatal.
As autoridades de saúde emitiram um comunicado alertando para que qualquer cidadão que entrou em contato com águas de enchente e apresente sintomas relacionados à infecção compareça o mais rápido possível a uma autoridade de saúde competente para iniciar tratamento com antibióticos.
“O Departamento de Saúde da Flórida, no condado de Lee, observa aumento anormal nos casos dessa infecção, como resultado da exposição às águas das cheias e águas estagnadas após o Furacão Ian”, disse um porta-voz do órgão.
Outros impactos do furacão Ian
Além da bactéria mortal que vem aterrorizando os moradores do condado de Lee, outros problemas graves tem se instaurado pela Flórida. Além de milhares de desabrigados e centenas de mortos, uma grande parte da infraestrutura sensível do estado foi afetada.
Uma boa parte das infecções da bactéria canibal está relacionado ao vazamento de tubulações de esgoto contaminadas pelo micro-organismo.
São cerca de 20 problemas ambientais perigosos relatados às autoridades da Flórida. Um exemplo é o vazamento de combustíveis, como diesel, gasolina e ácido de bateria nas praias do estado. Além disso, o rompimento de um gasoduto causou, até o momento, o vazamento de 2.300 galões de alvejante e a aparição de uma “lama verde desconhecida”, que tem causado danos respiratórios graves à população.