Fumo em cachimbo de água tem mais toxinas do que cigarro comum, diz OMS.
Profissional alerta para cânceres e transmissão de doenças contagiosas.
Médicos alertam que o uso constante do narguilé, uma espécie de cachimbo de água comumente usado em países do Oriente Médio, causa riscos à saúde. Segundo o geriatra Rychard Arruda, a prática é uma espécie de tabagismo perigosa. “Tudo aquilo que falamos dos riscos do cigarro comum, que causa doenças cardiovasculares, doenças precoces e cânceres, tudo isso também acontece com o uso do narguilé”, ressaltou.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), os tabacos usados no narguilé, que têm diversas essências, apresentam quatro vezes mais nicotina, 11 vezes mais monóxido de carbono e 100 vezes mais alcatrão do que o cigarro comum. Além disso, segundo a organização, consumir uma rodada no cachimbo é equivalente a fumar 100 cigarros.
Rychard alerta que o carvão usado para acender o narguilé também é inalado e é prejudicial à saúde. “A brasa é colocada em cima do tabaco, ele vai esquentar e a água que vai embaixo serve para resfriar, gerando a fumaça. Em momento algum ela purifica ou retira toxinas”, explica.
O médico ainda pondera o risco de transmissão de doenças contagiosas. “Isso porque as piteiras por onde se fuma são compartilhadas por várias pessoas ao mesmo tempo. Então a gente percebe um alto risco de herpes labial e até doenças mais graves, como a tuberculose e hepatite C”.
Para o empresário Guilherme Giroto, que fuma diariamente há seis anos, por três horas seguidas, o narguilé não faz mal à saúde. “Eu gosto de fazer isso em uma hora de lazer, um passatempo. Acho que fica viciado quem fuma todo dia, mas sente falta de não fumar. Esse não é o meu caso”, garantiu.
Comercialização
No Brasil, a venda de produtos para narguilé é liberada para maiores de 18 anos. No entanto, os usuários precisam ficar atentos à procedência dos itens.
Em Rio Verde, no sudoeste do estado, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreendeu 46 caixas de tabaco provenientes do Paraguai, sem as devidas condições estabelecidas para a comercialização. O material estava em uma caminhonete, escondido embaixo de uma carga de brinquedos.
O motorista do veículo, um homem de 47 anos, foi preso em flagrante por contrabando. Ele disse aos policiais que a carga seria levada para Goiânia, onde seria vendida.