O senador Aécio Neves (PSDB-MG) afirmou na manhã desta quarta-feira, 8, que a presidente Dilma Rousseff está “acuada” diante da crise. Ao comentar o alto índice da inflação divulgado hoje, o tucano disse ainda que são os mais pobres que terão de pagar pelos erros cometidos pelo governo.
“O que vejo é uma presidente acuada, fragilizada. Uma presidente da República que vem a público para dizer que não vai cair é uma presidente que não se sente segura no cargo”, afirmou, ao comentar novamente as declarações que a petista deu ao jornal Folha de S.Paulo. “Eu não vou cair, isso aí é moleza, é luta política”, disse Dilma.
Ele também voltou a repetir que o PT trabalha para impedir o trabalho das instituições e que é papel da oposição denunciar as irregularidades do governo. “Quero sugerir que as lideranças petistas poupem seus esforços de atacar a oposição e comecem a se preocupar em se defender das gravíssimas denúncias contra a presidente, seja no Tribunal de Contas da União, seja no Tribunal Superior Eleitoral”, disse.
Inflação. Para o tucano, a inflação, que acumula 8,89% em 12 meses, é resultado da “crise de expectativa” que existe em relação ao governo. “Hoje os brasileiros mais pobres é que pagam o preço mais duro dos equívocos cometidos pelo governo nos últimos anos”, afirmou.
O senador voltou a ironizar o fato de que o índice está quase no mesmo patamar da popularidade da presidente, que ficou em 9% de acordo com a pesquisa CNI/Ibope divulgada no início do mês.
Alckmin. Mais cedo, o governdador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), já havia rebatido a acusação d e Dilma de que parte da oposição tem agido de forma golpista. Para o tucano, “a oposição é necessária” e é tão “patriótico” ser governo como oposição.
De passagem pelo Senado, logo após participar de uma audiência pública para discutir a crise hídrica no Estado, Alckmin afirmou que cabe à presidente se pronunciar e explicar as “pedaladas fiscais” e as contas do governo de 2014, que estão sob a ameaça de rejeição pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Se isso ocorrer, pode abrir caminho para um impeachment de Dilma no Congresso.
“Quem tem que investigar, investiga. Quem tem que prestar contas, presta. Quem tem que decidir, decide. Nosso compromisso tem que ser com a Constituição. Entendo que, no caso da CPI, a prioridade deve ser investigação, cada dia aparece um fato novo, parece uma história sem fim. É investigação e Justiça que deve ser feita”, afirmou ele.
Fonte: Estadão