Após o surgimento da nova variante do coronavírus, a Ômicron, várias questões foram levantadas por cientistas, como, por exemplo, o quão letal ela seria ou se teria sintomas diferentes da cepas anteriores.
Os pesquisadores já descobriram que a Ômicron se propaga mais rápido que as outras mutações da Covid-19. De acordo com o médico infectologista norte-americano Roby Bhattacharyya, do Hospital Geral de Massachusetts, a nova variante pode ser considerada o vírus de mais rápida propagação de toda a história. Um exemplo disto é que ela já é dominante em várias nações do mundo e está aumentando o número de casos da doença.
A Ômicron foi detectada inicialmente na África do Sul e corresponde por mais de 90% das novas infecções de coronavírus. Em Londres, no Reino Unido, metade dos casos recém-notificados já são causados pela ômicron.
Sintomas
O imunologista e geneticista canadense John Bell, professor de Medicina da Universidade de Oxford, Reino Unido, concedeu uma entrevista à BBC e alegou que a Ômicron tem sintomas “diferente” das cepas anteriores da doença.
Dor de garganta, músculos doloridos, principalmente na região da lombar, nariz entupido, problemas estomacais e fezes moles são possíveis sinais da nova variante.
“Uma das coisas que sabemos é que a ômicron é bem diferente”, disse ele, acrescentando que a mialgia (dor muscular) é uma “característica distintiva” da ômicron e que os especialistas em saúde pública não sabiam por quê.
Segundo Bell, dados da África do Sul e do aplicativo Zoe (que ajuda a reunir pesquisas sobre a disseminação e os sintomas da Covid-19 no Reino Unido) mostraram que outros sintomas incomuns da ômicron incluem “um pouco de mal-estar intestinal, fezes moles”.
“É uma das características mais interessantes. Parece que (a ômicron) está se comportando de maneira diferente”, disse ele ao programa Today, da BBC 4.
Médicos na África do Sul também notaram garganta inflamada em vez de dor de garganta, tosse seca, cansaço extremo e suores noturnos.
A perda do paladar ou do olfato, registrados em inúmeros pacientes que contraíram as variantes anteriores do coronavírus, não parecem estar entre os sintomas dessa variante inicialmente relatados na África do Sul.
Gravidade
No entanto, quando se trata da gravidade da doença, Bell disse “no momento, não temos realmente os dados” e acrescentou que as próximas semanas vão indicar a gravidade da variante no Reino Unido.
Um levantamento de cerca de 78 mil casos da ômicron na África do Sul, publicada na última terça-feira (14/12), descobriu que a variante está resultando em doença mais branda em comparação com as ondas anteriores, com 29% menos hospitalizações do que a cepa de Wuhan e 23% em comparação com a delta.
Mas é importante destacar que os resultados são preliminares e que a situação pode mudar. Portanto, é necessário manter todos os cuidados contra a doença, como o uso de máscara, higienizar as mãos com álcool gel e evitar aglomerações.
As informações são da BBC.