Exposição do Santander, nudez no MAM, inclusão da educação sexual nas escolas, projeto sobre ideologia de gênero na Câmara, relatos diários de casos de pedofilia e abuso sexual divulgados na mídia e por aí vai…
Falar sobre a sexualidade tem se tornado um imperativo, porém embora o sexo seja algo natural e Freud tenha escandalizado a sociedade de sua época ao falar sobre isso há mais de um século, ainda hoje esse é um tema tratado como um tabu. Nos questionamos sobre o que fazer e como agir diante o assunto, por vezes ficamos constrangidos ao falar sobre sexo e até demonstramos certa dificuldade e vergonha para verbalizar a própria palavra e muitas vezes o denominamos como “aquilo”.
Mas cada vez mais este tema tem se tornado presente no nosso dia-a-dia, ele tem se repetido constantemente, marcando sua presença e tentando nos dizer o quanto ainda precisamos falar sobre a sexualidade, principalmente sobre a sexualidade infantil já que as crianças precisam de um adulto para orientá-las e protege-las. Por vezes, achamos que se não falarmos sobre isso, se não for retratado na mídia e se for “banido” das escolas, nossos filhos estarão protegidos e livres da “má influência do mundo” e seguirão pelo caminho “da moral e dos bons costumes”, entretanto é importante saber que, assumindo ou não a tarefa de orientá-los, conversando ou não, estaremos dando educação sexual.
O adulto é o espelho da criança e costuma ser através das atitudes dos pais que as crianças aprendem se sexo é bonito ou feio, certo ou errado, conversável ou não. É importante ter em mente a criança, naturalmente, despertará para o autoconhecimento, elas criam suas próprias teorias sexuais e inventam hipóteses acerca de como os bebês vão parar nas barrigas de suas mães. E isso acontece mesmo que os pais tentem evitar, pois ao perceber que o menininho usa cueca e a menininha usa calcinha, que a mamãe usa sutiã e o papai não, que “rosa é de menina” e “azul é de menino”, todos esses pequenos detalhes vão marcando pra criança que há uma diferença sexual entre o sexo masculino e o feminino, atiçando assim a curiosidade dela para isso que pra ela é desconhecido e até mesmo “proibido”.
Aos poucos, essas teorias criadas pelas crianças vão sendo questionadas e então elas começam a fazer perguntas sobre isso para os adultos a sua volta, perguntas que muitas vezes não estamos preparados para responder. Mas, quando os pais acompanham seus filhos, quando os conhecem, quando conseguimos manter um canal aberto com eles podemos orientá-los e tentar guia-los na direção que pensamos ser correta. O ideal é sermos sinceros com as crianças dando respostas simples e claras, respondendo aquilo que lhe foi perguntando sem estender de mais o assunto e sem tentar fugir dele, pois se a criança sentir que as respostas dadas são insuficientes isso pode fazer com que a ela pergunte mais e mais ou, ainda, que vá procurar as respostas em outras fontes nem sempre confiáveis.
Talvez você ainda deva estar se perguntando “será que tanta informação não acabará por estimular a criança de forma errada?”, a resposta é NÃO!!
A melhor forma de proteger nossas crianças é falando da sexualidade de forma natural, instruindo e não supervalorizando ou escandalizando-se, é por meio do diálogo aberto e sincero que os pais podem orientar os filhos sobre a sexualidade. E ao conversar com os filhos sobre sexo desde as primeiras dúvidas é possível aumentar a intimidade e a afetividade com eles abrindo assim caminhos para que se possa conversar sobre tudo, desta forma é possível informá-los corretamente, reduzindo as fantasias e a ansiedade delas decorrente; e, por fim, prevenir futura gravidez indesejável e contaminações por doenças sexualmente transmissíveis além de dar a criança ferramentas para identificar e lidar com possíveis situações de abuso.