O prefeito de Arapongas e também presidente da Associação dos Municípios do Médio Paranapanema (Amepar), Sérgio Onofre, participou ontem, 07, de uma reunião que discutiu a recente suspensão do serviço no ramal ferroviário entre Ourinhos e Londrina. O encontro aconteceu em Curitiba, reunindo também demais prefeitos da região Norte do Paraná e o deputado Tiago Amaral (PSD), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa do Paraná e o secretário Sandro Alex. A reunião foi marcada para ouvir os representantes da Concessionária Rumo, depois que notícias deram conta de que a medida tomada pela empresa seria prejudicial ao Norte do Paraná.
Ourinhos perdeu competitividade para o Norte do Paraná
O vice-presidente de operações da Rumo, Daniel Rockenbach, disse que houve uma migração natural de competitividade para o Norte do Paraná, tendência verificada já há 5 anos, o que é melhor para o estado.
Eudis Furtado Filho, vice-presidente comercial da Rumo, explicou que Ourinhos não tem mais competitividade já que a distância e o custo do transporte por rodovia são menores. Com isso, os clientes da Rumo foram reduzindo ano a ano os contratos na cidade paulista, até que não fecharam contratos para 2024.
Um levantamento apresentado pela concessionária mostrou que apenas 25 vagões eram carregados em Ourinhos por dia, enquanto em Londrina são 450, passando de 1000 quando se considera a região Norte toda.
Volume de cargas aumenta em Londrina
Com a suspensão, as cargas que iriam de Ourinhos a Londrina via trem agora vão por caminhão e seguem a Paranaguá por trem: “O que antes embarcaria de trem em Ourinhos agora passa a se concentrar totalmente em Londrina. Isso vai desencadear um aumento no volume de cargas na nossa cidade e até mesmo dar mais viabilidade logística a todo o Norte do Paraná”, pontua o deputado estadual Tiago Amaral.
Um exemplo mencionado pela Rumo são os contratos com distribuidoras de combustíveis, que foram transferidos de Ourinhos para o hub de Londrina. “Está mais barato centralizar em Londrina do que levar para Ourinhos. Só que a notícia foi vendida como se o Paraná tivesse perdido, mas o estado está com mais carga este ano do que no ano passado. A região Norte agora vai capitalizar mais ainda, com um custo menor de logística”, declara o secretário Sandro Alex.
O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, convidou a Rumo para fazer uma apresentação sobre o assunto em Londrina, em conjunto com a Secretaria Estadual de Infraestrutura e Logística. “Tem que corrigir a informação, que colocava a suspensão do ramal Ourinhos-Londrina como uma coisa ruim, quando na verdade é o contrário”, entende Belinati.
“O que aconteceu não foi ruim para o Norte do Paraná e, pelo contrário, será positivo para que Londrina seja uma referência ainda maior em relação ao transporte ferroviário, atraindo mais investimentos”, resume o deputado estadual Tiago Amaral.
O prefeito Sergio Onofre, presidente da AMEPAR, concorda: “A gente está falando de um movimento econômico que deixa de acontecer numa cidade do Estado de São Paulo e vem para Londrina. Ou seja, é um impulso e tanto para o desenvolvimento da nossa região como um todo”.
Como ficará a manutenção
Sobre a manutenção das linhas de trem, os prefeitos pediram agilidade à Rumo. A concessionária justificou que teve problemas com uma empresa terceirizada e se comprometeu a melhorar o serviço, garantindo que, mesmo sem o transporte de carga, haverá manutenção, para que a ferrovia permaneça operacional e possa ser novamente usada, caso volte a ter demanda.
Participaram da reunião os prefeitos Marcelo Belinati (Londrina), Luiz Henrique Germano (Siqueira Campos e presidente da Amunorpi – Associação dos Municípios do Norte Pioneiro), Marcelo Bolinha (Santa Mariana), Neto Haggi (Cambará), Ione Abib (Andirá), Jaelson Matta (Bandeirantes) e Sérgio Onofre (Arapongas), além do secretário Dirceu Funari, representando o prefeito de Cornélio Procópio, Amin Hannouche.
Colaboração: Assessoria Alep