Sabemos que o tempo é algo que não para, está a todo o momento em movimento, não tem volta concreta e não tem previsão de futuro certo.
Quando alguém fala que o tempo cura tudo, todos os sofrimentos, os males, a saudade, o amor não correspondido soa um pouco ingênuo, pois é como se o tempo fosse algo concreto em nossa vida, e com o passar dos ponteiros do relógio a nossa mente mudasse junto, como num passe de mágica.
Não é pelo tempo que as pessoas amadurecem, ficam mais sábias, felizes, se a pessoa não se posicionar de uma forma diferente em sua vida, pode passar 50 anos ela vai ser a mesma.
Quando alguém diz que o tempo “cura” alguma coisa o que elas não param para pensar é de que não foi o tempo que passou e fez com que algo mudasse, mas sim a perspectiva da mente, do emocional, o reposicionamento do sujeito perante as situações, a vivência contribui para isso, mas não é só o tempo e a vivência que faz com que algo mude, mas sim o desejo do sujeito em enxergar cada experiência de uma forma diferente.
Então, o que pode mudar com o passar das horas? Nada! Se você assim deixar, as coisas podem piorar com o tempo, por exemplo, um luto, a perda de alguém querido, pode se passar 10 anos, se a pessoa não estiver aberto a viver esse luto, o sofrimento e a não aceitação pode durar uma vida, enquanto a perda não for elaborada, o tempo pode não ajudar em nada.
Por isso, não devemos colocar expectativas no tempo, ou pensar que o tempo pode curar tudo, porque o tempo é apenas algo abstrato que de alguma forma faz nossa vida passar, é no centro de nosso desejo mais genuíno que permite que as coisas sigam em frente que algo pode realmente mudar.
Quem dera fosse o tempo, todos ficaríamos sentados no banco da praça esperando ele passar.