O prefeito Rodolfo Mota (União Brasil) afirmou nesta sexta-feira (07), durante entrevista coletiva, que o Hospital de Apucarana ainda está em obras e, por isso, o município decidiu notificar a empresa vencedora da licitação para desocupar o local. Além disso, ele disse que o hospital “não existe” para a Secretaria de Estado da Saúde, já que o Estado não recebeu nenhum tipo de comunicação oficial sobre o assunto. No entanto, garantiu que há intenção do município em colocar o prédio para funcionar como “hospital dia”.
Na quarta-feira, a Prefeitura notificou a empresa S3 Gestão em Saúde, da Bahia, a desocupar o prédio. Funcionários da S3 estavam no local desde o final do ano passado e, em ofício à Prefeitura, apresentado pelo prefeito, informaram que vieram para o município a pedido da gestão anterior mesmo cientes de “inconsistências na obra”. A empresa retirou materiais e móveis do local já na última quinta-feira (07).
“Há um prédio em construção que ainda não foi terminada a obra. Infelizmente, de maneira precipitada e equivocada, o ex-prefeito nos últimos dias ali do mandato fez uma entrega que não era possível de ser feita”, disse.
Segundo Rodolfo, ainda há operários trabalhando na construção do prédio. “Também não era possível que uma outra empresa da Bahia, que venceu uma licitação que foi feita antes de terminar a obra, estivesse de posse irregular de um prédio que é do povo de Apucarana, que é um prédio público. A empresa não tinha qualquer documento para poder estar de posse e estar dentro desse prédio, dividindo o espaço ali com a construtora”, acrescentou o prefeito.
Segundo Rodolfo, havia dentro do Hospital de Apucarana apenas alguns equipamentos e móveis. “Havia lá algumas mesas, algumas escrivaninhas, algumas cadeiras, mesas, computadores, sete camas hospitalares e quatro macas. Não tinha nada de equipamentos hospitalares milionários, muito pelo contrário”, disse.
O prefeito afirma que a Secretaria de Obras da atual gestão notificou a construtora para que proceda reparos e melhorias até 20 de março. “Nós estamos, desde a primeira semana do nosso mandato, acompanhando todas as semanas essa obra, fazendo apontamentos de correções e melhorias. A gente está preocupado que esse prédio fique bem construído, porque depois que a gente recebe-lo, aí passa a ser nossa responsabilidade a tocar”, disse, acrescentando que uma vistoria será feita juntamente com outra empresa antes do recebimento da obra.
Ele frisou que o local nunca funcionou como hospital e, que após a entrega da obra, o município vai tomar uma decisão do que fazer. “Aí sim, nós vamos discutir com a Regional de Saúde, com a Secretaria do Estado da Saúde, com o Ministério da Saúde, um modelo, uma forma para a gente colocar para funcionar esse hospital”, disse.
O prefeito acrescentou ainda que a Secretaria do Estado de Saúde e a 16ª Regional de Saúde “nunca receberam um único formulário, um único documento sequer, em relação à existência desse prédio. Não é nem ao funcionamento do hospital. É em relação à existência desse prédio. O secretário de Saúde, Beto Preto, falou já desse assunto. Nós temos falado desse assunto”, disse.
Sobre a S3, que venceu a licitação, Rodolfo assinalou que a situação da empresa será analisada. “Foi feita uma licitação, um modelo de hospital que a gente ainda não entende qual era a ideia. E a gente não tem como inverter a ordem. Não dá para colocar a carroça na frente dos bois. Foi o que fizeram. Fizeram a licitação, contrataram a empresa antes de termos o prédio sequer concluído. Então, obviamente, que isso está para ser analisado pelos órgãos de controle que são necessários”, acrescentou.
Rodolfo, no entanto, não descartou o uso do imóvel como “hospital dia” para fazer cirurgias de baixa e média complexidade. “Hospital dia é aquele que atende o paciente que entra de manhã e sai à noite. Ou, no máximo, ali com uma pernoite. As cirurgias mais complexas, mais complicadas, mais demoradas, continuarão sendo feitas no Providência ou outros hospitais da região. Então, sim, nós temos a intenção, temos o interesse de que aquele prédio, em algum momento, possa contribuir conosco no atendimento à saúde”, garantiu.
O ex-prefeito Junior da Femac (MDB) foi procurado e o espaço colocado à disposição para comentar o assunto, mas não respondeu as mensagens.
Hospital da Acea
Durante a entrevista coletiva, o prefeito Rodolfo Mota assinalou que a Prefeitura está conversando com o Instituto Santa Clara no sentido de agilizar a liberação de funcionamento a partir do envio dos projetos e das intervenções necessárias para a concessão do alvará.
“Aquele é um hospital privado, diferente do Hospital de Apucarana, que é de responsabilidade do município. O que nós combinamos com a instituição que administra o Hospital da Acea (Instituto Santa Clara) que, tão longo eles façam o necessário, que mandem os projetos, a prefeitura vai trabalhar com maior agilidade possível, porque é meu interesse e interesse de Apucarana que haja mais uma porta aberta para cirurgias na cidade”, disse.
Sobre a denúncia do arquiteto Leonardo Britici, que afirmou que o instituto usou irregularmente o processo da obra e que tem direitos autorais, o prefeito assinalou que essa é uma situação privada, que precisa ser resolvida pelo profissional e a empresa gestora do Hospital da Acea.
Informações: TnOnline / Foto por Louan Brasileiro
