O Secretário-Executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, disse nesta sexta-feira, 14, que a pasta tem acompanhado as candidatas a vacina contra a covid-19 e buscado alternativas para a imunização da população.
“Qualquer vacina que esteja acessível em quantidade num prazo com uma capacidade de oferecer imunidade à população brasileira, nós estaremos atrás dela: seja australiana, canadense, americana, chinesa, russa, argentina, qualquer vacina nós estamos atrás”, pontuou Franco.
Segundo o secretário, a principal preocupação do Ministério é salvar vidas e fazer o possível para voltar à normalidade.
“Estamos verificando a oferta com a quantidade que possibilite a imunização da população brasileira e nós vamos negociar, buscar, verificar as condições contratuais, o prazo, a quantidade, para que nós possamos inseri-la dentro do nosso Programa Nacional de Imunização”, explicou Élcio Franco.
De acordo com o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde, Hélio Angotti, o governo tem feito reuniões técnicas para discutir preço, eficácia, segurança e resultados.
“A solução que chegar primeiro, com qualidade, não pouparemos esforços. Não é sair correndo atrás de qualquer um que fale que tenha uma solução”, afirmou o secretário.
No começo de agosto, o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correa de Medeiros, disse que o governo federal pretende comprar “a primeira vacina que chegar ao mercado”, independentemente do país que a produzir.
O Ministério da Saúde já fechou um acordo para a compra da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a Astrazeneca. O presidente Jair Bolsonaro assinou uma medida provisória que abre crédito extraordinário de cerca de R$ 1,9 bilhões para viabilizar a compra, processamento e distribuição de 100 milhões de doses de vacina contra a covid-19. Desse valor, R$ 522 milhões irão para a estrutura da unidade da Fiocruz que produz imunobiológicos, a Bio-Manguinhos, e R$ 1,3 bilhão é de despesa referente a pagamentos previstos no contrato de encomenda tecnológica.
No final de julho, a pasta afirmou que foi assinado um documento que deu base para o acordo entre os laboratórios sobre a transferência de tecnologia e produção de 100 milhões de vacinas contra a covid-19, caso seja comprovada sua eficácia e segurança.
Nesta quinta, questionado sobre a possibilidade de negociação da vacina desenvolvida pela Rússia, o ministro interino, Eduardo Pazuello, não descartou a viabilidade, mas disse que os dados em torno do assunto são incipientes e que as posições estão “ainda muito rasas”.
Alternativas
Franco também informou que o Ministério está “buscando outras alternativas”, entre elas o COVAX Facility, que é uma ação global da Organização Mundial da Saúde (OMS) que pretende garantir acesso às vacinas da covid-19, que ainda estão sendo desenvolvidas.
“Nós temos também buscado outras alternativas, como o COVAX Facility que é uma iniciativa que está sendo capitaneada pela Organização Mundial da Saúde, onde nove laboratórios estão prospectando a vacina. E qual sair na frente é a que deve ser disponibilizada. Eles oferecem uma quantidade um pouco menor, não vai fazer aquela cobertura desejável para nós, mas é uma alternativa”, conclui Franco.