A Prefeitura de Arapongas, por meio de uma parceria entre as Secretarias Municipais de Educação e Cultura, Lazer e Eventos (SECLE), está promovendo a ação “Ensinar através da Arte”, voltada à capacitação dos professores da Educação Infantil, conduzida pelo artista Heriveuto Augusto de Souza, diretor da Escola Municipal de Artes (EMA). Nesta semana, a dinâmica envolveu os educadores com contação de histórias.
“A parceria entre Cultura e Educação nasce por conta da necessidade da complementação na educação para além daquilo que é dado em sala de aula. Porque sabe-se que a sala de aula não consegue esgotar tudo aquilo que deve ser dado. Então, a cultura, de uma maneira diferente, usando de uma outra estratégia, outra metodologia, até de forma mais lúdica, consegue complementar’, comenta o secretário de Educação, Lino Batista de Oliveira.
“É uma experiência muito válida, tanto é que a gente vê que, por exemplo, no Ceará, onde nós temos o melhor índice de alfabetização, os alunos têm uma programação em sala de aula e acompanham uma programação no departamento cultural do município com as atividades culturais, sempre visando esse complemento. É por isso que existe essa parceria e ela tem que ser sempre, claro, aprimorada”, pontua.
Para a diretora da Educação Infantil, Dany Stein, “o trabalho com a arte na infância é mais do que expressão; é uma porta para o sentir, para o imaginar, para o existir em plenitude. Precisamos de professores sensíveis, que compreendam que o ensino começa quando nos aproximamos da alma da criança”.
O vereador e coordenador da Primeira Infância, Marcelo Junio, reforça que “educar é tocar todos os sentidos da criança”. “É partir daquilo que ela já viveu e daquilo que desperta a sua curiosidade genuína. Como nos lembra Loris Malaguzzi, idealizador da abordagem Reggio Emilia, ‘a criança tem cem linguagens, cem mãos, cem pensamentos, cem modos de pensar, de jogar e de falar.’ É a partir dessa riqueza que devemos ensinar”, avalia.
Já Heriveuto Augusto de Souza destaca que o objetivo é explorar a arte de contar histórias por meio da ludicidade, das expressões corporais e da criatividade presente no cotidiano. “A proposta parte do princípio de que o corpo é um instrumento poderoso de comunicação e encantamento, capaz de dar vida às narrativas e envolver profundamente as crianças no universo das histórias”, assinala.
Durante essa capacitação, as professoras participantes vivenciarão atividades práticas baseadas em jogos teatrais, dinâmicas de improvisação e exercícios de consciência corporal. “Além disso, serão incentivadas a utilizar objetos simples e acessíveis do cotidiano — como panos, colheres, caixas, chapéus, entre outros — como recursos cênicos que ajudam a enriquecer a contação de histórias, despertando a imaginação e ampliando as possibilidades expressivas”, comenta o instrutor.
A oficina propõe um espaço de experimentação, escuta e partilha, em que cada professora poderá redescobrir o próprio potencial criativo e incorporar novas ferramentas pedagógicas para tornar o momento da contação mais envolvente, sensível e significativo para as crianças. “Ao final, as participantes estarão aptas a criar e apresentar histórias de forma lúdica, utilizando o corpo como linguagem e os objetos como aliados na construção de narrativas vivas e afetivas”, diz Souza. “Tem sido incrível. As professoras estão amando! Vivenciam, se jogam e aproveitam cada detalhe da oficina”, avalia.
As atividades estão ocorrendo no auditório da Secretaria Municipal de Educação e a ideia é que essas oficinas e formações aconteçam pelo menos uma vez ao mês com toda a Rede Municipal de Ensino.
As oficinas serão ofertadas aos professores do Infantil I ao Infantil IV, a fim de garantir que essa experiência alcance toda a base da Primeira Infância na Rede Municipal de Ensino.


