Pessoas bateram panelas, buzinaram e fizeram gritos de protesto durante os 10 minutos de propaganda do PT em vários bairros da capital paulista e também em outras capitais do País. Enquanto protestavam, manifestantes gritavam “fora PT”, “fora Dilma” e “acorda Brasil”.
Houve protestos no Itaim, zona nobre de São Paulo, e também no bairro de Santa Cecilia. Em Pinheiros, no quadrilátero entre a Cardeal Arcoverde e os bares da Vila Madalena, ao longo da Mourato Coelho, houve buzinaço e apitaço nas ruas e panelaço nos prédios. Moradores apagavam e acendiam a luz dos apartamentos enquanto motoristas gritavam Fora Dilma quando passavam perto dos frequentadores dos bares.
Houve princípio de bate boca em um bar na Mourato Coelho, esquina com Cardeal, onde um grupo de frequentadores saiu em defesa da presidente Dilma enquanto outro gritava palavra de ordens pelo impeachment.
Os protestos, porém, foram menos intensos do que os ocorridos no último pronunciamento da presidente. Na Barra Funda, algumas pessoas xingaram Dilma. “Vai lavar louça”, gritou um morador do bairro. “Bandidagem”, gritaram outros. Carros que passavam na redondezas do bairro buzinaram.
Rio. Intensos panelaços foram promovidos na Região Metropolitana do Rio durante os dez minutos em que o PT veiculou sua propaganda eleitoral, em cadeia nacional de rádio e TV, das 20h30 às 20h40 desta quinta.
O bater de panelas, o soar de buzinas e gritos de “Fora, Dilma” foram registrados em praticamente todos os bairros da zona sul, como Ipanema, Lagoa, Jardim Botânico, Copacabana, Leme, Botafogo, Flamengo, Largo do Machado e Catete, e alguns da zona norte, como Tijuca, Vila Isabel, Grajaú e Pilares. Em Niterói também se ouviram panelas, no bairro de Icaraí.
O protesto se intensificou durante o breve pronunciamento da presidente Dilma Rousseff (PT). Nas imediações da Rua Fonte da Saudade, na Lagoa, o coro era de “ladrão” e “vagabundo”. Na maioria dos bairros as manifestações continuaram por mais alguns minutos após o fim do programa.
Belo Horizonte. Assim como nos dois protestos anteriores, o panelaço contra a presidente Dilma Rousseff (PT) na capital mineira se concentrou em bairros de classe média e alta da cidade. Além do som dos utensílios de cozinha, manifestantes também pediram a saída da presidente com gritos de “fora Dilma’. O protesto aconteceu durante o horário eleitoral do PT em cadeia nacional. Houve ainda buzinaço. Carros piscavam os faróis. Em pontos da cidade, como no bairro Gutierrez, de classe média alta, simpatizantes da presidente retrucaram gritando “estão com fome”? enquanto as panelas eram batidas.
Os protestos realizados anteriormente, em 8 de março, quando a presidente Dilma Rousseff (PT) falou em cadeia nacional pelas comemorações do Dia Internacional da Mulher, e em 5 de maio, durante programa do partido, também se concentraram em bairros das classes média e alta da cidade, como Belvedere, Serra e Gutierrez. Em regiões com população com poder aquisitivo mais baixo, como Salgado Filho, Betânia, Havaí e Palmeiras, não houve registro de manifestações. Nesta quinta, também nesses bairros, não houve protesto.
Ao longo do dia, lideranças sobretudo do PSDB foram para as redes sociais convocar a população para o protesto. O ex-presidente do partido no Estado, deputado federal Marcus Pestana, compartilhou foto de uma panela publicada pelo colega de Câmara Bruno Araújo (PSDB-PE) no Facebook. Um texto dizia: “Você está satisfeito com a crise? Feliz com a corrupção? Contente com mentiras? Não? Hoje, às 20h30, tem PT, Dilma e Lula na tv. Apitos e panelas, ação”!.
Bahia. O panelaço ecoou por diversos bairros de Salvador nesta noite. Mesmo antes do início do programa político do PT em cadeia de TV já era possível ouvir nas janelas e varandas de apartamentos o som inconfundível das panelas, que se tornou uma constante a cada fala de líderes petistas em rede nacional. Foram dez minutos de protestos.
Mas o panelaço ganhou corpo mesmo a partir do início da inserção política e não somente em bairros nobres da capital baiana. A exemplo do que ocorreu no dia 5 de maio, o som das panelas veio acompanhado de buzinaço, além do acender e apagar das luzes nas residências.
Também era possível ouvir gritos de “fora PT”, “fora Dilma”, apitaço e vuvuzelas em bairros como Pituba e Costa Azul, na orla da cidade. Deu para ouvir as manifestações de forma clara até mesmo no boêmio bairro do Rio Vermelho, conhecido reduto do PT, além de localidades como Cidade Jardim, Graça, Itaigara, Brotas, Santo Agostinho entre outras regiões da capital baiana.
Pernambuco. No Estado, as manifestações de repúdio ao programa eleitoral do PT foram registradas no Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e algumas cidades do interior, a exemplo de Petrolina, no Sertão, e Caruaru, no Agreste. Na capital, o panelaço foi ouvido em pelo menos 10 bairros, especialmente nas áreas mais nobres da cidade. Em Casa Forte, um dos mais tradicionais do Recife, o movimento começou antes mesmo da exibição do programa. Por volta das 20h alguns pequenos grupos de moradores circulavam pela Praça de Casa Forte (cujo jardins foram projetados por Burle Max), carregando panelas e cartazes com frases contra o PT e a presidente Dilma Rousseff.
Em Boa Viagem, na Zona Sul, os prédios da beira-mar, se transformaram em palco contra o PT e o Governo Federal. Além de bater panelas nas varandas e janelas, alguns moradores realizaram um buzinaço. Na Ilha do Leite, bairro onde está localizada a sede do Diretório Estadual do PSDB, houve um tumulto envolvendo manifestantes contrários e a favor do PT. O episódio aconteceu na calçada em frente a um restaurante. Cinco pessoas acenavam para os transeuntes, segurando bandeiras vermelhas, quando foi atacado com pedras por três rapazes que passavam pelo local. Uma viatura da Polícia Militar que passava pela região foi acionada, mas não conseguiu identificar os agressores.
Nas Graças, o comerciante Marcelo Silva aproveitou para “faturar” durante o panelaço alugando por R$ 5,00 panelas e colheres de pau para quem quisesse se manifestar. “Quinta-feira é um dia de muito movimento. Nos últimos tempos as conversas dos meus clientes sempre envolviam política e a crise. A televisão aqui está sempre ligada, então, decidi que quem quisesse poderia alugar umas panelas para bater”, revelou. E teve que quis. Marcelo alugou sete panelas e faturou R$ 35,00.
Fonte: Estadão