APESAR DA GRAVE CRISE DE SAÚDE PÚBLICA E FINANCEIRA QUE PREJUDICOU TODOS OS SETORES DA ECONOMIA BRASILEIRA, INCLUSIVE ÓRGÃOS PÚBLICOS, QUE TIVERAM ORÇAMENTOS REDUZIDOS OU CONTINGENCIADOS, A UEL MANTEVE RITMO PRATICAMENTE NORMAL DE OBRAS DE GRANDE PORTE QUE VÃO MELHORAR A INFRAESTRUTURA PARA A PRODUÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DE TECNOLOGIA.
Desde março passado, quando foram suspensas as atividades presenciais, com exceção da pesquisa, que manteve o cronograma, quatro construções foram mantidas seguindo o projeto inicial.
Duas delas já estão concluídas, enquanto as outras devem ser entregues até meados do próximo ano, totalizando 11 mil metros quadrados de área e investimentos da ordem de quase R$ 12 milhões. A UEL reúne hoje 780 laboratórios e salas de aulas práticas, de acordo com levantamento da Pró-reitoria de Planejamento (PROPLAN).
CÂMPUS UNIVERSITÁRIO – As obras somam 11 mil metros quadrados de área construída. O Objetivo é impulsionar atividades da graduação e pós-graduação. Nestes últimos meses foram realizadas simultaneamente a construção do novo prédio da Biblioteca Central, a reforma do Centro de Ciências Humanas (CCH), o novo Laboratório de Pesquisa em Ciências Humanas (Lapech) e o Instituto de Pesquisa em Alimentos (IPA). Das quatro, a biblioteca e o IPA têm previsão entrega no primeiro semestre de 2021, enquanto as obras do Lapech e da reforma do CCH já foram encerradas.
Os recursos são do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação e Fundo Paraná, da Superintendência de Ensino Superior, Ciência e Tecnologia (R$ 8,2 milhões). A outra parte do investimento é proveniente da financiadora de estudos e projetos (Finep), vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, (R$ 3,5 milhões).
O reitor da UEL, Sérgio Carvalho, fez uma vistoria aos canteiros de obras recentemente e constatou que o ritmo de construção foi pouco afetado pela pandemia do novo coronavírus. De acordo com ele, mesmo com crise econômica que trouxe consequências à gestão pública, a UEL manteve as atividades previstas no planejamento de longo prazo. Ele citou, como exemplo, o Lapech, projeto esperado há mais de 10 anos por vários grupos de pesquisadores das Ciências Humanas.
Situação semelhante é a obra do prédio da Biblioteca Central, que deverá melhorar a atividade de milhares de estudantes e de professores de várias áreas do conhecimento. “A administração dá andamento a esses projetos de longo de prazo em nome de uma estrutura pública que possa servir cada vez mais para melhorar a pesquisa, inovação e formação de capital humano”, definiu o reitor.
Sobre o investimento pesado em um momento de grande dificuldade, o reitor destacou que a UEL demonstra grande potencial de arrecadação de recursos externos, dada a estrutura de pesquisa, expertise e o currículo de seus pesquisadores.
“Esse fator acaba sendo um dos pilares de sustentação do investimento na instituição. É tarefa de todas as administrações incentivar esse movimento da produção acadêmica para que nossos pesquisadores tenham sempre as condições de buscarem essas fontes externas”, orientou.
Ainda conforme o reitor, toda essa infraestrutura garante uma formação diferenciada para os estudantes de graduação e de pós-graduação. “Importante que as pessoas que trabalham com o desenvolvimento tecnológico sejam ouvidas para que sejam mantidos os recursos necessários para o desenvolvimento da ciência. A pandemia mostrou o alto preço que pagamos na última década pelos cortes dos investimentos na pesquisa e na produção de conhecimento no País”, destacou Carvalho.
EVOLUÇÃO – Segundo o pró-reitor de Planejamento da UEL, Mário Sérgio Mantovani, a infraestrutura de pesquisa existente hoje em todo o câmpus universitário e junto ao Centro de Ciências da Saúde (CCS), no hospital universitário (HU) da UEL, é uma das mais qualificadas do País, tanto em equipamentos de ponta, quanto em espaços físicos, principalmente aqueles denominados de compartilhados. “Isso é fruto de um trabalho incansável dos professores, mas também com o apoio do corpo técnico e discente que participam ativamente da construção desse processo”.
Segundo o pró-reitor, em duas décadas a UEL saiu de uma posição tímida para sediar um complexo de pesquisa em todas as áreas do conhecimento, ganhando reconhecimento nacional e internacional.
CRONOGRAMA – O cumprimento dos prazos está sendo acompanhado por uma equipe técnica da Prefeitura do Câmpus, que, após o processo licitatório e a contratação da obra, analisa os projetos, o orçamento e o cronograma físico-financeiro. Com a análise feita, emite a ordem de início da obra e passa a fiscalizar cotidianamente o cumprimento do cronograma, uso de materiais e das técnicas construtivas. O objetivo é garantir a qualidade definida no memorial e caderno de encargos.
Segundo o prefeito do câmpus, Gilson Bergoc, todos os problemas que ocorrem na obra são verificados pelos fiscais que analisam, comparam com as informações técnicas especificadas e aprovam as soluções propostas ou consultam os projetistas, se necessário, procurando manter o que foi definido e autorizam, conforme a situação, as adequações que forem necessárias para atender as especificações técnicas. “É um trabalho de grande responsabilidade, visto que os recursos materiais e humanos envolvidos são grandes e as obras envolvem um conjunto bem significativo de etapas, materiais e processos”, afirma o prefeito do câmpus.
Raio-x das novas construções do Campus da UEL
Biblioteca Central
Valor: R$ 7.845.498,43 (FNDE/Fundo Paraná).
Área construída: 5 mil m²
Início da obra: 08/04/2019 – expectativa de conclusão: 06/2021.
A obra da BC, além de trazer a possibilidade de acondicionamento adequado para a coleção de livros e periódicos na instituição, possibilitará a utilização de espaços apropriados para toda a comunidade universitária, permitindo também a revisão dos processos de interação do ensino e o acesso à informação.
Reforma do Centro de Ciências Humanas (CCH)
Valor R$ 400.000,00 (FNDE)
Área construída: 4.109,76 m².
Início 28/10/2019 – obra finalizada.
A recuperação predial é assunto emergente e inerente à própria idade da Instituição. O recredenciamento da universidade ocorrido em 2020 aponta essa necessidade e se torna foco para a ação de investimento na próxima década. A comunidade, paralelamente, precisa debater o uso compartilhado dos espaços e o fortalecimento das áreas de forma coletiva.
Laboratório de Pesquisa em Ciências Humanas (Lapech)
Valor R$ 2.024.758,25 (FINEP)
Área construída: 1.118,89 m²
Início 03/2019 – obra finalizada.
O Lapech estará dividido em núcleos temáticos, de forma a permitir uma maior integração entre as pesquisas e, consequentemente, maior desempenho da produção acadêmica. São eles: Núcleo de Ensino e de Aprendizagem em Ciências Humanas e Educação científica (Neachec), Núcleo de Estudos Culturais (NEC), Núcleo de Estudos da Imagem (NEI), Núcleo de Estudos em Ciência, Tecnologia e Sociedade (Nects), Núcleo de Estudos Sócio-Políticos e Jurídicos (Nespj) e Núcleo De Tecnologias De Informação e Comunicação Em Ciências Humanas (Ticch).
A nova estrutura vai adequar os espaços destinados às atividades da pesquisa na área, aumentando o número de projetos integrados entre docentes e estudantes de diferentes áreas do conhecimento. Outro impacto esperado é o aumento do acesso à produção científica mundial, contribuindo para atualização de referências em teses, dissertações, trabalhos de conclusão de curso e publicações, além de expansão do intercâmbio entre os projetos de pesquisa e as ações educacionais, contribuindo para o aumento do papel de destaque ocupado pela UEL.
Instituto de Pesquisa em Alimentos (IPA)
Valor: R$ 1.519.185,00 (FINEP)
Área construída: 821 m².
Início 03/2020 – expectativa de conclusão em 04/2021.
Estrutura atenderá cursos de graduação e de pós-graduação no desenvolvimento de métodos de manejo, nutrição, sanidade, abate e processamento que permitam a constante evolução de alimentos/fontes de proteínas. O Paraná apresenta vocação para as atividades ligadas ao agronegócio, considerado um grande produtor de grãos. Parte dessa produção é canalizada para a nutrição animal, fazendo que o estado seja o maior produtor e exportador de carne de frango do País, com destaque também na bovinocultura, suinocultura, ovinocultura e pesca.