Em três dias, 18 artistas de Apucarana, Maringá, Curitiba e São Paulo transformaram na última semana os muros do Colégio Estadual Emílio de Menezes, em Arapongas, em uma galeria de arte a céu aberto. A iniciativa, que integrou a 2ª edição do “Arapa Art: mostra de graffiti”, nasceu do projeto Renovation Crew, formado por grafiteiros da cidade, grêmio estudantil do colégio e comerciantes, e está chamando atenção por quem passa pela região.
Ao todo, foram coloridos 40 metros de muro com várias temáticas, além de um paredão de 25x12m na parede dos fundos do ginásio de esportes do colégio. “A proposta foi trazer mais artes visuais, no caso o grafite, para a nossa cidade, buscando uma alfabetização estética para as pessoas poderem apreciar e conviver mais com essa cultura”, explica Alexandra Pingret, conhecida também no meio artístico como Myoho, que é funcionária do colégio e também faz parte da comissão organizadora do Arapa Art.
O artista Alexandre Truff, de Campinas (SP), recebeu o convite de outro integrante do grupo para participar deste intercâmbio cultural. “Fiquei bem surpreso com o grupo, que está empenhado em fazer a cena do grafite crescer na cidade. Gostei muito de ver esse comprometimento dos realizadores”, conta.
Truff, que criou o grafite “Elementos”, uma releitura da Mãe Natureza, diz que a participação no Arapa Art foi um desafio por conta do tamanho do projeto, relativamente grande e realizado em pouco tempo. “Foi uma experiência muito bacana. Em meu trabalho existe um conceito mais profundo. Porém, guardo isso para mim, pois assim dou margem as outras interpretações. Essa é a função do meu trabalho: despertar o particular, o íntimo”, reforça.O araponguense Alexandre Leon Pingret também participou do projeto. Grafiteiro, ele destaca que o mural finalizado teve uma boa receptividade.
“É muito gratificante, pois as pessoas de Arapongas acolheram muito bem a cultura, que é pouco conhecida, mas foi muito bem aceita”, comenta o artista, quem desenvolve um projeto, o Arte de Rua, que trabalha com a proposta de democratização da arte. “Em Arapongas temos pouca oferta de cultura e arte, que costuma ser fechada para elite. O grafite vem para contestar, mas também para trazer paz para as pessoas, misturando com um pouco de protesto e posicionamento político”, comenta.
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