A juíza Renata Maria Sassi Fernandes Fantin, da 2ª Vara Criminal de Arapongas, determinou anteontem o afastamento do vereador Valdeir José Pereira (PHS), o Maringá, do quadro de vereadores da Câmara de Arapongas. Ela também pede que ele não circule pelo prédio do Legislativo e nem tenha contato com servidores da Casa enquanto durar a medida, ou seja, até o final da sentença.
No acatamento da denúncia formulada pelo Ministério Público da Comarca local, a juíza sugere que o vereador Maringá, que responde a um processo por suposta fraude criminal quando foi presidente da Câmara de Vereadores em 2015 e 2016, não pode ter contato com as testemunhas envolvidas na ação, no caso servidores do Legislativo e vereadores.
Ação de investigação criminal impetrada pelo Ministério Público apurou a existência de uma organização criminosa responsável pelo pagamento de propina no valor mensal de R$ 22 mil, por vários meses, entre 2015 e 2016, ao vereador Maringá (ex-presidente do Legislativo no biênio 2015-2016), no âmbito de um contrato mantido pela Câmara com uma empresa de Maringá.
O objeto da contratação seria a digitalização do acervo físico da Casa Legislativa. Também foram denunciados na ação os empresários Edson Leiva, de Mandaguari, e Nedson Gomes dos Santos, de Maringá, além de Manoel Martins de Oliveira, o Mané Bocão, então presidente do Conselho da Comunidade de Arapongas. Todos chegaram a ser presos preventivamente no início das investigações numa operação comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), porém conseguiram a liberdade posteriormente.
Recurso
O advogado Oduwaldo Calixto, que faz a defesa do vereador Maringá, informou ontem que vai entrar com recurso contra a decisão da juíza. Um dos motivos, segundo ele, é que a juíza entende que, ao ser reeleito vereador em outubro de 2016, a comunidade não sabia das acusações contra o vereador.
Para Calixto, isto não é verdade porque na época os meios de comunicação de Arapongas já haviam trazido os fatos publicamente, com ampla divulgação na televisão, rádio e jornais semanários.Até final do expediente de ontem, o presidente da Câmara, Osvaldo Alves dos Santos (PSC), o Osvaldinho, ainda não havia sido notificado da decisão judicial. Como hoje é feriado de Corpus Christi e amanhã não haverá expediente no Legislativo por conta do ponto facultativo nas repartições públicas, a Câmara poderá ser notificada judicialmente somente na próxima segunda ou terça-feira.
“Assim que esta presidência for notificada, vamos cumprir a decisão judicial”, afirmou Osvaldinho.Com o afastamento de Maringá, quem assume provisoriamente sua vaga na Câmara é o suplente Aguinelson Galasse (PHS).