Implantação da Tavi Vênus recuperou a válvula aórtica de um paciente que não poderia receber outros equipamentos
O Hospital Norte Paranaense – HONPAR realizou um procedimento pioneiro no mês de fevereiro que é a implantação da TAVI Vênus – um Implante Percutâneo de prótese Aórtica, que recupera a válvula comprometida do paciente em até 99% do tamanho original. A equipe do cirurgião Francisco Gregori esteve à frente do trabalho, com o procedimento realizado pelo cirurgião cardiovascular Alexandre Murakami. A Tavi Vênus é mais barata que as TAVIs utilizadas atualmente e é indicada para pacientes mais idosos, onde a tecnica convencional não é recomendada.
É um procedimento menos invasivo, feito pela virilha, com anestesia local onde a prótese é levada até o coração por meio de um cateter e liberada no local da válvula aórtica doente. Ela ocorre em 5% dos pacientes com mais de 75 anos, e dificulta a saída do sangue o coração para a aorta, o que provoca sintomas como dor no peito, cansaço e até desmaios, sendo que a evolução não é positiva, aumentando o risco de morte para quem não trata.
O cirurgião cardiovascular Alexandre Murakami, responsável pelo procedimento, destaca que o paciente que recebeu o implante, tinha características específicas que não permitiam a implantação dos equipamentos que são comumente utilizados.
“Esse paciente tinha duas características inapropriadas para implantação das válvulas mais comuns. A primeira é que a válvula aórtica dele é bicúspide, ou seja, é uma válvula aórtica, que tem duas cúspides, popularmente conhecida como folhetos, as pessoas geralmente possuem três, assim como a maioria das TAVIs comercializadas. Além disso, ele tinha uma grande quantidade de calcificação, o que atrapalha na abertura das próteses. Como existiam esses problemas, optamos por utilizar a Vênus que é diferente das outras porque ela foi desenvolvida para atender justamente pessoas com essa característica e possibilita assim a utilização neste paciente específico”, destaca o cirurgião.
O médico aponta que essa válvula possui mais força radial, isso significa que é possível recuperar de maneira mais eficaz a válvula aórtica comprometida.
“Como ela tem mais força radial conseguimos recuperar quase a totalidade da válvula comprometida. No caso desse paciente, ele tinha apenas 0,8 centímetros de área valvar e o normal da válvula aórtica varia entre 2,5 e 2,9 centímetros, para ele conseguimos fazer com que a válvula passasse a ter 2,8 centímetros, trazendo maior qualidade de vida ao paciente que deixa de ter problemas relacionados a esse comprometimento”, revela o profissional.
Essa prótese específica, além de permitir a utilização em pacientes mais idosos, que teriam tratamentos paliativos com o uso de medicação, têm uma característica que provavelmente irá popularizar o seu uso no Brasil, que é o custo mais acessível.
“Essa válvula que é de tecnologia israelense, mas que é produzida na China, custa em média 65 mil reais, enquanto as outras custam mais de 100 mil reais. Com essa característica é provável que seu uso seja popularizado em breve no país”, comenta o cirurgião.
O médico chama a atenção para o lugar de destaque que o HONPAR tem hoje na área de cardiologia a nível de Brasil.
“O nosso hospital está num seleto grupo de hospitais no Brasil que é referência para tratamento de problemas no coração. Aqui temos uma estrutura completa e um excelente quadro de profissionais que possibilita qualidade para o paciente”, finaliza.