A construção, esperada ansiosamente pelos moradores de Jandaia do Sul e região, foi oficializada nesta sexta-feira (03) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, a partir do lançamento da pedra fundamental da obra. A estimativa de investimento total é de R$ 55,6 milhões.
O contorno, com 6 quilômetros de extensão – entre os quilômetros 215 e 221 -, deverá sair de Mandaguari, desviando o trânsito do perímetro urbano da cidade de Jandaia do Sul.
De acordo com o governador Ratinho Junior, a implantação do contorno constava no contrato da concessionária que administra o trecho da rodovia e não foi cumprida. “Quando assumi o governo revi todos os contratos com essas empresas e passei a exigir a realização dessas obras”, explicou.
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Além do impacto na mobilidade urbana, Ratinho Junior salientou que a estrutura é necessária para o desenvolvimento não só do município, mas de toda região. “Quando o empresário chega para investir, ele observa a qualidade da mão de obra e a eficiência da logística. Nenhuma localidade se desenvolve sem a infraestrutura adequada”, disse.
O governador ressaltou que o Paraná está muito bem localizado geograficamente. Liga o Sul ao Sudeste, as regiões mais ricas do País, e também fica próximo de países importantes como Argentina, Uruguai, Chile e Paraguai. “Temos que nos preparar para alavancar os potenciais do Estado”, finalizou.
Segundo o prefeito de Jandaia do Sul, Lauro Junior, ver as máquinas começando a trabalhar no local é a realização de um sonho. “Além de salvar vidas, já que temos um histórico negativo de acidentes no trecho, o contorno vai permitir a ampliação do parque industrial da cidade, fortalecendo a região da Vila Rica, na margem da rodovia”, afirmou.
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A construção do contorno rodoviário também dependia da efetivação de desapropriações na região. Foram destinados recursos no valor de R$ 11.900.842,31 para essa regularização, e no momento o percentual liberado para execução da obra está em 81,57%.
Secretário de Estado da Infraestrutura e Logística, Sandro Alex informou que a região lutava há muitos anos para ver essa obra acontecendo. “Realizamos obras importantes nas rodovias de todo o Paraná. Estamos deixando para trás uma história lamentável sobre a falta de compromisso das concessionárias de pedágio com o Estado. Agora, exigimos o cumprimento dos compromissos assumidos, que impactam na vida da nossa sociedade”, reforçou.
CARACTERÍSTICAS – Além da construção de cinco interseções em desnível, o projeto prevê pista dupla com duas faixas de rolagem de 3,60 m, acostamento com 2,50 m, espaço lateral para drenagem com 1,20 m, canteiro central e obras de arte e de contenção.
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O Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR) será o responsável pelo acompanhamento da obra, que será feita pela Viapar, que administra o trecho. O prazo de conclusão é de 24 meses. O diretor-geral do DER-PR, Fernando Furiatti garantiu que mesmo com a finalização dos contratos atuais do pedágio, as obras não vão parar. “Ela vai continuar sendo executada, mesmo sem a concessão em vigência”, afirmou.
SEGURANÇA – Para os moradores, comerciantes e motoristas de Jandaia do Sul, a construção do contorno rodoviário representa, além de desenvolvimento do município, a segurança almejada há tantos anos pelos moradores.
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“Essa é uma obra que já deveria ter sido feita há muitos anos, mas só agora Jandaia do Sul está recebendo o olhar que merece”, desabafou Cleonice Jovedi Falzirolli, 46 anos, proprietária de uma fábrica de velas na cidade. Em seus 30 anos morando em Jandaia do Sul, a empresária acompanhou o crescimento do município ao redor da BR-376.
“É uma rodovia que corta Jandaia pelo meio. Metade da população precisa atravessar essa pista diariamente, correndo muitos riscos, já que o fluxo de veículos na estrada é muito intenso. Há uma frequência alta de acidentes graves no local”, explicou Cleonice.
Fabiana Rodrigues de Araújo, 36 anos, trabalha em um hotel que fica na região central da cidade. Ela mora do outro lado da rodovia e precisa fazer essa travessia diariamente. Para a moradora, a construção do contorno será um alívio. “O tráfego de veículos na via é pesado, e para passar por ela é necessário ter muita atenção e paciência”, destacou.
A recepcionista contou que já passou por situação em que avistou uma carreta, mas não o veículo a passeio que vinha logo atrás. “É sempre uma situação de risco. A gente não consegue enxergar e ter a noção exata da velocidade dos veículos, tornando essa travessia muito perigosa. Cansei de presenciar acidentes no local, então o contorno será maravilhoso para todos nós”, reforçou a recepcionista.