Não são poucos os jovens que o Brasil “já perdeu para o tráfico de entorpecentes”, onde o crime organizado mostra-se em total expansão e superando, inclusive, o aparato policial. Esse não está mais conseguindo controlar o ímpeto da entrada de drogas pelas fronteiras e, também, a presença de modernos laboratórios instalados dentro de apartamentos ou em sítios comprados para tal, nas periferias das grandes cidades. Os noticiários mostram que, para cada “laranja” preso surgem três ou quatro marginais para assumir a posição que ficou vaga.
De alguns anos para cá, o submundo do crime vem, também, fazendo frente ao aparato policial, que se mostra inferiorizado em pessoal e armamento e, com isso, oferece condições e melhor estrutura de quadrilhas, quase sempre comandadas do interior de presídios, de onde saem as ordens sobre quem deve ser morto ou onde serão realizadas operações criminosas. A diferença está no sistema, onde as organizações policiais e de justiça são regidas por leis específicas, e qualquer falha é objeto de abertura de inquéritos e punições severas, enquanto o outro lado tem liberdade de ação para, inclusive, matar agentes da ordem e da justiça, se for o caso, tornando a luta desigual e sempre pendente para o marginal.
A cada novo ano, as estatísticas têm nos mostrado números cada vez mais salientes, no que diz respeito a crimes de latrocínio, assaltos, roubo de veículos, explosões e roubo de caixas eletrônicos, arrastões, assaltos a coletivos, arrombamentos residenciais e comerciais, entre outros.
O problema atingiu tal ponto que já se fala em colocar o Exército nas ruas para “caçar bandidos”, numa missão que nada tem a ver com a atividade das Forças Armadas e que, ao entrar nessa “fria”, estarão propensas à desmoralização, porque não estão preparadas para tanto, além de malharem em ferro frio, porque não existe, como declarado, mais lugar para colocar presidiários.
Diante das estatísticas, estamos, também, perdendo o jogo, e de goleada, para o mundo do crime, enquanto o mundo político, que deveria ser o responsável pela elaboração de leis e estratégias, está mais preocupado nos próprios interesses ou em se safar das acusações que pesam sobre integrantes do Congresso e dos altos escalações do Planalto.