Quando somos crianças, ainda que com poucas habilidades, uma troca de olhares nos torna
alegres, seja um sorriso de soslaio ou uma piscadinha, nos desmonta, um abraço e uma palavra
nos tomam pela timidez…
Então, o tempo passa, a gente cresce, as coisas mudam, ficamos adolescentes…
A troca de olhares passa a ser frequente, o sorriso carregado de charme, a palavra impulsiva e
sem sentido, o abraço cheio de energia é intencional, o primeiro beijo cava no peito um poço
de confusão pelo que sentimos e as borboletas na barriga são indomáveis…
Mas o tempo passa, a gente cresce, as coisas mudam, ficamos jovens, mais maduros e com
outra mentalidade…
O olhar já é interesseiro, o sorriso é malandro, o abraço cativante, as palavras, por vezes bobas
mais surpreendentes, o beijo passa a ser uma ferramenta de conquista para algo melhor, um
prazer maior, uma noite de amor…
Entretanto, essa fase, como todas as outras, passa!
E passa depressa sem nos dermos conta… E puff!
A gente cresce, as coisas mudam, ficamos adultos, por vezes, casados e com família formada…
O olhar já é soturno, o sorriso é forçado e monótono, o abraço é uma simples ferramenta na
hora de fechar negócios, as palavras bobas e os beijos já quase não fazem parte do
nosso cotidiano. O prazer passa a ser apenas a mera satisfação dos desejos carnais, pois não se ouve
mais falar no amor…
Para a surpresa de muitos, o tempo não para…Os dias continuam transcorrendo como as águas de uma corredeira…
E quando despertamos, desesperamos com a situação em que nos encontramos, de olhos vendados. Percebemos que já paramos de crescer há muito tempo. As coisas nunca mais mudaram, apenas os traços das rugas no rosto ao acusar que já somos velhos!
Idosos… já com poucas habilidades…
Restando apenas aquela troca de olhares, a piscadinha,
os abraços cativantes, os sorrisos de canto, as palavras bobas, e os selinhos de… boa noite,
Amor!
Rogério, André Ricardo.
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