Cerca de 18,7% das faixas de rolamento e acostamentos das rodovias do Anel de Integração não atendem aos requisitos mínimos de qualidade determinados em contrato, segundo uma auditoria preliminar do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR).
Levantamentos de campo foram realizados entre abril e setembro deste ano, verificando que as seis concessionárias de pedágio encerraram seus contratos com irregularidades na superfície do pavimento, o que afeta o deslocamento de veículos, aumenta o desgaste e prejudica a drenagem de águas da chuva.
Neste caso foram avaliadas as condições de irregularidade longitudinal (IRI), o parâmetro mais utilizado internacionalmente para avaliação funcional de pavimentos.
A porcentagem de rodovias com estes problemas em cada lote é de 54% no lote 1 (Econorte), 13% no lote 2 (Viapar), 8% no lote 3 (Ecocataratas), 18% no lote 4 (Caminhos do Paraná), 12% no lote 5 (Rodonorte) e 20% no lote 6 (Ecovia).
“A auditoria do DER confirma o que motoristas estão vendo ao circularem nas rodovias do antigo Anel de Integração, com alguns danos no pavimento surgindo em menos de um mês do fim dos contratos. Já estamos valorando as correções necessárias e vamos exigir judicialmente das concessionárias que paguem o ressarcimento devido”, afirma o secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex.
Durante os levantamentos de campo também foi avaliado o índice de gravidade global (IGG) das rodovias, que atribui um parâmetro numérico à deterioração do pavimento. Neste caso foram analisados os defeitos de superfície, como trincas, buracos, deformações, desgaste e o desnível entre pista e acostamento.
As porcentagens de rodovias que não atendem os requisitos mínimos previstos em contrato em cada lote são as seguintes: 13,3 no lote 1 (Econorte), 4,1% no lote 2 (Viapar), 0,4% no lote 3 (Ecocataratas), 4,6% no lote 4 (Caminhos do Paraná), 6,1% no lote 5 (Rodonorte) e 7,1% no lote 6 (Ecovia).
“Contratamos serviços especializados, utilizando verba de fiscalização, sem custos aos cofres públicos, que empregaram equipamentos modernos e específicos para avaliar as pistas de rolamento e acostamentos, indo além da fiscalização que o DER já realiza normalmente. Agora vamos tomar as medidas necessárias para ressarcir os usuários dos pedágios, e também disponibilizar a versão final da auditoria, um documento extremamente técnico e muito bem embasado, para os órgãos de controle, que poderão utilizá-lo como base para suas próprias ações”, explica o diretor-geral do DER/PR, Fernando Furiatti.
Em anos recentes, por meio de sua fiscalização, o DER/PR já lavrou autos de infração que podem resultar em mais de R$ 1,5 bilhão em multas às concessionárias de pedágio, referentes a problemas nos pavimentos.
O trabalho da auditoria agora está concentrado em quantificar os custos necessários para correção das irregularidades e defeitos nas rodovias, que serão exigidos judicialmente das concessionárias de pedágio como ressarcimento indenizatório ao Estado. Ações semelhantes do DER/PR já resultaram em acordos judiciais para a execução de obras previstas em contrato, que não haviam sido concluídas ou sequer iniciadas.
Informações mais detalhadas estão disponíveis no relatório preliminar do DER (AQUI).
– No caso da avaliação IRI foi utilizado veículo com o Perfilômetro Laser, um sistema de medição do perfil longitudinal de pavimento rodoviário, realizado com medidores de distância a laser, acelerômetros e um sistema preciso de medição de deslocamento/velocidade, gerenciados por um sistema micro processado, que coordena a aquisição dos dados e os envia a um computador portátil, em tempo real.
A avaliação do IGG foi realizada com um veículo especialmente equipado, denominado Veículo de Diagnóstico de Rodovias (VDR), que atende os levantamentos quanto aos aspectos de sensibilidade à temperatura, umidade, poeira, choques e trepidações. O veículo é equipado com hodômetro de precisão, equipamento GPS/GNSS, câmera fotográfica e câmeras de captura continua de imagens, instaladas no alto do veículo, frente e trás, respectivamente, sincronizadas com o hodômetro.
Fonte: AEN