A pandemia do novo coronavírus está causando escassez de álcool gel em Apucarana e Arapongas. Além disso, as coordenadorias do Serviço de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) dos municípios registraram reclamações de preços abusivos do produto.
O proprietário de uma farmácia de Apucarana, José Carlos Vieira Leite, afirma que a venda do álcool em gel aumentou nos últimos dias em virtude do medo de contágio pelo covid-19. “Só na segunda-feira vendemos cerca de 200 frascos do produto. Quase zerou nosso estoque e não temos previsão de chegada”, comenta.
Assim como a procura, as reclamações também aumentaram no Procon afirma o coordenador do órgão, José Carlos Balan. “Desde a segunda-feira começamos a receber alguns questionamentos sobre o preço abusivo do álcool gel. O que a gente recomenda é que no momento de fazer a compra o consumidor solicite a nota fiscal, porque a partir de uma pesquisa podemos verificar se há o abuso ou não”, orienta Balan.
De acordo com ele, também há registro de pessoas comprando o produto em larga escala, com medo de ficar sem. “Uma gerencia de supermercado entrou e contato pedindo orientação porque um único cliente comprou 120 unidades de 500 ml do álcool 70%. Claro que não é proibido, mas praticamente levaria todo o estoque. A orientação é que o estabelecimento limite a quantidade para que um maior número de pessoas possa ter acesso a este produto”, orienta.
ARAPONGAS O Procon de Arapongas fiscalizou farmácias e supermercados para apurar denúncias de preços abusivos do álcool gel. Conforme o coordenador do órgão Paulo Sérgio Camparotto, as empresas comprovaram que o reajuste foi feito de acordo com o preço pago às distribuidoras.
“Um dos consumidores pagou R$ 68 pelo frasco de 1 litro. Verificamos que o preço foi repassado pela distribuidora, que está querendo lucrar. Infelizmente, em um momento como esse onde todos deveriam se ajudar, vemos os grandes tentando ganhar cada vez mais. Mas em relação as distribuidoras o Procon não tem autonomia”, informa.
Mas enquanto alguns aproveitam o momento para lucrar, outros têm consciência sobre o risco de contágio pelo coronavírus e se preocupam em ajudar o coletivo, afirma Camparotto. “Durante a fiscalização também podemos identificar a preocupação de algumas empresas. Uma farmácia, por exemplo, estava vendendo a álcool gel a preço de custo para poder atender a população. Um mercado também limitou a quantidade para poder atingir o maior número de pessoas”, afirma.
Segundo o coordenador, vários estabelecimentos estão desabastecidos, mas assim que as mercadorias chegarem, a fiscalização irá continuar.
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