Funcionando desde abril do ano passado em regime emergencial, o estacionamento rotativo de Apucarana, enfim, vai passar por nova licitação. O novo modelo a ser adotado será discutido hoje a partir das 19h30, em audiência pública na Câmara de Vereadores. Além de ouvir sugestões em relação ao serviço, o Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento de Apucarana (Idepplan) vai apresentar algumas propostas da prefeitura para melhorar o serviço, que sempre colecionou polêmicas na cidade. Dois pontos principais serão discutidos, a ampliação da área de estacionamento, para flexibilizar áreas comerciais, e a modernização do sistema de cobrança.
Atualmente, o estacionamento é operacionalizado pelo Explora Parking, que assumiu o sistema em abril do ano passado, – após o rompimento do contrato com a concessionária que administrava o sistema desde 2005, devido a irregularidades contratuais constatadas em auditoria. A modernização do controle de vagas, no papel, através de cartões vendidos pelas atendentes, é uma das propostas da prefeitura.
“Atualmente é tudo muito simples, com emissão de talão, as próprias funcionárias da empresa fiscalizam o cumprimento das regras. Nesta audiência vamos apresentar algumas das melhores experiências do setor para que sejam avaliadas. A ideia é definirmos a opção que ofereça melhor custo benefício para o usuário, garantindo rotatividade de vagas”, explica Carlos Mendes, assessor técnico do instituto. Segundo ele, a prefeitura estuda, por exemplo, a implantação de um sistema de totens de auto-atendimento, implantado em Londrina e em vias de ser implantado em Arapongas. Outro sistema em estudo utiliza tachões com sensores de identificação. “Queremos melhorar o serviço inclusive na questão da transparência, de modo que a facilitar a fiscalização do município no serviço”, comenta. A disparidade entre o que era arrecadado pela concessionária e o repasse contratual a prefeitura motivou o rompimento do contrato com a Lapaza. Na época, o rotativo funcionava com tecnologia de botons.
Outro ponto dado como certo na nova licitação será a ampliação do rotativo em quase 30%, passando das 930 vagas exploradas hoje para 1,2 mil. Hoje a tarifa custa R$0,70 por meia-hora, ou R$ 1,40 por hora de estacionamento.
“Praticamos um mandato participativo, transparente e com foco no desenvolvimento organizado. Vai ser um momento de discussão importante, por isto convido toda população para estar presente nesta audiência e contribuir com o processo que visa definir o melhor modelo de concessão a ser licitado para nossa cidade”, diz o prefeito Beto Preto.
Usuários reclamam da falta de vagas e de atendentes
O sistema rotativo de estacionamento costuma ganhar mais críticas que elogios da população. As deficiências apontadas pelos usuários também não não novidade, a começar pela ausência de monitores nas ruas.
“Quando vou estacionar tenho que ficar procurando o funcionário. Uma vez esperei mais de 10 minutos e saí, quando voltei tinha uma multa no meu carro”, reclama o auxiliar de limpeza Silvano de Souza, 40 anos.
O aposentado Paulo Caetano, 60 anos, também reclama do sistema de talões e afirma que gostava mais dos botons recarregáveis que eram utilizados anteriormente. “É mais prático porque o motorista mesmo usa o boton no parquímetro sem precisar esperar ninguém”, comenta.
Contudo, a principal reclamação dos usuários é a falta de vagas para estacionamento. “Hoje (ontem) mesmo precisei ir à prefeitura. Dei várias voltas no centro e não encontrei uma vaga sequer. Fui estacionar perto da caixa d’água da Sanepar”, diz o aposentado Caetano.
Para o motorista Elísio Sant’ana, 56 anos, parte do problema seria resolvido se espaços aos quais ele considera ‘inutilizados’ fossem revertidos em novas vagas.
Fonte: TNOnline
Foto: Sergio Mendes