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Baixa de estoques de sangue no fim do ano acende alerta nos hemocentros

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O período do fim do ano é um dos momentos mais críticos para os bancos de sangue. Nesta época, muitas pessoas viajam e deixam de contribuir para manter os estoques com quantidades seguras. Fora isso, o número de acidentes normalmente e a demanda tende a aumentar exatamente no momento mais crítico do ano. Por isso, é fundamental que a população se conscientize, tenha o gesto de boa-fé e doe sangue.

“Doar é um ato de amor ao próximo, de cidadania. Nós sempre ficamos em alerta nessas datas, precisamos estar prontos para atender a qualquer emergência, o que muitas vezes significar ir em cidades distantes retirar as bolsas”, relata Adnes de Oliveira, responsável técnica da agência transfusional do Hospital Norte Paranaense, o Honpar, em Arapongas, referência em atendimento de alta complexidade do SUS.

Consciente da necessidade, o Hospital montou uma estrutura de atendimento em que pede a colaboração das famílias dos pacientes para repor os estoques do banco de sangue. O trabalho tem apresentado bons resultados. Mesmo assim, a doação voluntária é fundamental. Arapongas não tem seu próprio hemocentro e todo o trabalho se concentra no Hemonúcleo de Apucarana.

“Atendemos várias regionais, até mais distantes, o que exige uma logística muito grande. Os tipos sanguíneos mais difíceis são os negativos e há sempre imprevistos, fora que realizamos muitas cirurgias de grande porte”, detalha Oliveira.

Na prática, o suprimento mínimo da 16ª Regional de Saúde é de 800 bolsas de sangue por mês. Antes da pandemia, a unidade chegava a receber 650 doadores, mas o número ideal é acima de 1.000. Isso porque há uma parcela das pessoas que, por critérios específicos, tem o sangue descartado. Além do sangue, as doações são feitas para a produção dos hemocomponentes, como os concentrados de hemácias e de plaquetas, plasma fresco congelado e crioprecipitado.

Cada um dos 16 municípios da 16ª Regional de Saúde tem sua estrutura para coletar sangue. Muitos cediam transporte para levar doadores até Apucarana, mas o número tem sido abaixo do esperado. A Prefeitura de Arapongas, por exemplo, está empenhada em auxiliar no processo. Tanto que disponibilizou os telefones 3902-1072 e 3172-0246 para agendamentos e buscar a melhor maneira para atender o doador.

O Hemonúcleo de Apucarana está promovendo um projeto-piloto para colher o sangue mensalmente em Arapongas. “O transporte está disponível, mas as pessoas não têm vindo, por isso apostamos que ir até a cidade trará maiores resultados”, explica a assistente social Marta Haider, responsável pela captação do Hemonúcleo de Apucarana.

Agora na pandemia, há um novo componente bastante importante: o plasma hiperimune. Ele é retirado de pessoas que já tiveram a Covid-19 e tem anticorpos para o coronavírus. Esse tipo é reservado para o uso em pacientes que estão enfrentando a infecção. Estão aptas a doar sangue pessoas curadas da virose: após 45 dias com resultado do exame positivo ou, em casos com sintomas mais fortes, 30 dias depois. Já os vacinados com a Corovac podem doar sete dias depois. Os que receberam doses AstraZeneca, Pfizer ou Janssen precisam esperar 30 dias.

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