Ao participar no Recife de homenagem pelos 50 anos que o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) completaria se estivesse vivo, o senador e presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), afirmou nesta segunda-feira,10, que cabe ao governo, e não à oposição, buscar soluções para as crises política e econômica enfrentadas pelo País. Ao lado do parlamentar mineiro, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), também disse que a presidente Dilma Rousseff não pode “responsabilizar os outros” por problemas que ela própria criou.
“As alternativas que estão colocadas não dependem do PSDB. Seja a continuidade da presidente, seja a discussão na Câmara dos Deputados sobre o impeachment, seja a questão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral)”, afirmou Aécio. Para o senador, a população brasileira percebe que há uma “crise de confiança”, além da política e da econômica. “Errar faz parte da vida, mas o Partido dos Trabalhadores é incapaz de assumir seus erros”.
Alckmin, por sua vez, criticou a atitude do governo em “não reconhecer erros” e de tentar “terceirizar responsabilidades políticas para solucionar a crise”. “Não pode responsabilizar os outros pelos seus problemas. A primeira questão para você resolver um problema é você reconhecer o problema” disse o governador paulista.
Pela manhã, em São Luís (MA), Dilma havia reclamado do “vale-tudo” na política e afirmado que é preciso “pensar primeiro no Brasil”. A presidente criticou os que apostam no “quanto pior, melhor”, sem citar diretamente nomes da oposição. Na quinta-feira, em propaganda partidária exibida em rede nacional, o PT apontou Aécio como um dos líderes da oposição que atuam para “desestabilizar o governo” e, com isso, prejudicariam o País como um todo.
Presente no evento, o ministro da Defesa Jaques Wagner não comentou as falas dos líderes tucanos e usou o bordão criado por Campos para defender que o governo continuará “trabalhando”, sem desistir do País. “Eduardo também enfrentou derrotas e vitórias, mas nunca desistiu por quem trabalha por um ideal não desiste nunca. E por isso a frase dele de que não vamos desistir do Brasil, porque nós temos um trabalho”, disse o ministro.
“Vamos construir com altos e baixos , com divergências que são super bem vindas na democracia, mas sempre colocando aquilo que é fundamental, o interesse do País na frente”, afirmou o ministro. Ele também usou o seu discurso para pedir conciliação e união para que a crise seja superada “a verdade nunca está na cabeça de um só. A verdade está na construção coletiva”.
“Quem pensa diferente da gente não é inimigo. Ouvir para construir o consenso é que nos vai levar adiante”.
Fonte: Estadão