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Revitalização do Contorno Sul melhora condições de tráfego em Maringá

Obras do Contorno Sul de Maringa sao 11,8 km de extensão entre as PR-317 e a BR-376. Recuperacao emergencial do pavimento. - 04/08/2020 - Foto: Geraldo Bubniak/AEN
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As obras de pavimentação do Contorno Sul de Maringá atingiram 70% em agosto e a previsão de entrega é no final de outubro deste ano. O investimento de R$ 13,4 milhões do Governo do Estado, com contrapartida da prefeitura municipal, foi viabilizado pela Secretaria de Infraestrutura e Logística. A intervenção vai melhorar as condições de trânsito na região, que concentra cerca de 30 mil habitantes, e o escoamento produtivo na conexão entre a PR-317 (ligação com Campo Mourão) e a PR-376 (Sarandi, Marialva e Londrina).

As obras não envolvem apenas um simples recape, mas a substituição completa de todas as camadas (fresagem e recomposição), inclusive da base, para garantir renovação completa do asfalto ao longo de um trecho de 11,8 quilômetros. Esse investimento permitirá fluidez com mais segurança tanto para caminhões com mais de 40 toneladas como para veículos leves, e coloca fim a um histórico de trecho esburacado e marcado por muitos acidentes.

“A nova pavimentação do Contorno Sul é fundamental para Maringá. Esse ainda é um desvio importante do trânsito de caminhões e é um trecho que vinha de um histórico de desgaste”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior. “Infraestrutura rodoviária é fundamental para a logística do Paraná. Por esse trecho passam milhares de caminhões todos os dias e ele também é uma via que facilita a conexão das regiões Oeste e Centro-Oeste com Londrina, por exemplo”.

O governador destaca que a obra é emblemática pelo caráter conclusivo diante de um histórico de problemas. “A pavimentação do Contorno Sul foi uma das primeiras liberações assinadas nesta gestão. Essa obra marcou o começo dos novos investimentos em Maringá, que é um exemplo para o Estado em organização e crescimento”, afirma Ratinho Junior. “O município é um polo industrial, de inovação e do agronegócio e conta com apoio do Estado para crescer ainda mais”.

O secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, complementa que a nova pavimentação do Contorno Sul era necessária por conta do excesso de buracos e de acidentes registrados nos últimos anos. É a primeira grande intervenção nesse corte rodoviário que tem mais de 40 anos. “Era uma obra extremamente necessária para Maringá. Essa é uma conexão entre rodovias estaduais, mas hoje em dia é praticamente municipalizada, é uma ligação importante entre vários bairros. Precisávamos levar segurança e condições de tráfego para esse local”, destaca.

CONTORNO SUL – O trecho inteiro do Contorno Sul (Anel Viário Prefeito Sincler Sambatti) é de duas pistas de cada lado da via, sem acostamento, e a grande particularidade é a aclividade, o terreno acidentado e montanhoso. Uma rápida busca do Google Street View, com captação em 2019, ajuda a entender a necessidade da obra: as imagens mostram uma via esburacada, tapetes com remendos, nenhuma sinalização e mato nas laterais, com aspecto de abandono.

Segundo a contagem dos radares, 21 mil veículos transitam por dia no Contorno Sul, aproximadamente 10,5 mil por sentido. São quase 900 por hora e 14,5 por minuto, em média. A rodovia divide, de um lado, toda a região central e a Avenida Colombo, principal via municipal, e, do outro, bairros e loteamentos como Jardim Espanha, Jardim São Clemente, Jardim São Paulo, Jardim Paraíso e Jardim Araucária, já limítrofes a Sarandi. Aproximadamente 30 mil habitantes serão impactados diretamente.

A intervenção nova envolve o que se chama de remendos profundos, que são restaurações de caráter permanente. “Essa rodovia estava com muitos problemas, então não é apenas tirar a capa e refazer o asfalto, o que, em tese, é um trabalho mais simples. Tivemos que trabalhar em diversas correções ao longo de todo o trecho. É uma intervenção que vai até a base para fundamentar e estabilizar o novo asfalto”, explica Antonio Roberto Padilha, secretário de Serviços Públicos de Maringá.

O convênio de R$ 13,4 milhões envolve 95% de investimento do Estado e 5% da prefeitura – cerca de R$ 388 mil. A licitação foi feita em 2018, mas as obras tiveram início apenas em fevereiro de 2019. A previsão inicial era de término em sete meses, mas a complexidade da revitalização do asfalto e a alta do dólar impuseram alguns desafios adicionais. As obras chegaram a ficar paralisadas por alguns períodos e foram normalizadas depois de ajustes.

“Quando começamos as obras vimos que levaria mais tempo. Ela é bem complexa. A empresa que venceu a licitação também enfrentou um período de aumento de preço dos insumos asfálticos derivados do petróleo fornecidos exclusivamente pela Petrobras. Em alguns casos houve reajuste acima de 100%. Foi pleiteado um reequilíbrio financeiro desses valores dos insumos e a prefeitura arcou com a diferença para, enfim, concluir a obra”, resume Alexandre Hissao Guinoza, engenheiro civil e gerente de pavimentação da Secretaria Municipal de Serviços Públicos. “O ano de 2019 foi de muitos ajustes para que essa obra seja finalizada com qualidade em 2020”.

Com as devidas correções, as obras recomeçaram no final do ano passado e devem ser entregues em outubro deste ano, depois que a Secretaria de Infraestrutura e Logística aprovou o aditivo de prazo. O convênio não englobou sinalização vertical e horizontal, mas a implementação está sendo feita à medida que os trechos estão sendo finalizados. Esse contrato também não engloba galerias pluviais.

“Nos trechos novos não há nem comparação. Alguns ainda não estão prontos, mas se todos ficarem igual, vai ficar muito bom. Agora estamos discutindo com a prefeitura a questão da iluminação pública e da entrada dos bairros para eliminar de vez os acidentes. É uma rodovia sobrecarregada”, afirma Ricardo Luiz Töws, pesquisador do Grupo de Estudos Urbanos da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e do Observatório das Metrópoles, e conselheiro no Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial de Maringá.

Segundo Töws, a obra responde a uma intervenção urgente de Maringá e ajudará a evitar acidentes e salvar vidas. O desejo, no entanto, é de urbanizar em definitivo esse trecho. A prefeitura de Maringá discute com moradores e comerciantes a transformação do Contorno Sul em uma via urbana, deixando o contexto logístico para o novo projeto que está sendo desenvolvido pelo Governo do Estado e pelo governo federal no Anel de Integração. A expectativa é pela criação de uma alça mais longa conectando Marialva a Paiçandu, de acesso prioritário para o trânsito pesado de caminhões.

EXPECTATIVA – O trecho é permeado de empresas de transporte, manutenção de veículos, garagens, distribuidoras e estabelecimentos comerciais de múltiplos portes, como postos de combustíveis e fábricas de telhas. A expectativa de melhoria definitiva é grande entre os empresários da região.

Antônio Aparecido Polignez, popular Sacola, de um comércio especializado em manutenção de veículos movidos a diesel, diz que o trecho estava praticamente intransitável antes do começo das intervenções. “Era realmente bem feio, esburacado, tinha que andar na contramão para desviar os piores trechos. Eram inúmeros acidentes com carro, moto. E é uma região de trânsito intenso. Onde já há asfalto novo melhorou tanto que agora brincamos que o perigo é os veículos correrem demais”, afirma. “Também tem sinalização, antes não tinha. Cansamos de ver acidentes aqui, de estourar pneu, entortar a roda, motorista perder o controle”.

Segundo a prefeitura de Maringá, apenas em 2019 foram 121 acidentes no Contorno Sul. Entre 2016 e 2018 foram, ainda, quatro óbitos (três em encontros entre motos e veículos e um atropelamento), de acordo com o Observatório das Metrópoles. A expectativa é que o novo pavimento se some aos radares, lombadas, rotatórias e semáforos no controle de velocidade e na segurança dos motoristas.

Fernando Consolo Costa, técnico de segurança do trabalho de uma empresa de transportes que tem 230 caminhões e 393 funcionários para fazer o transbordo intermunicipal de combustível, cimento, grãos e óleo vegetal, afirma que a nova pavimentação vai ajudar os negócios das inúmeras empresas de Maringá.

“Eram problemas recorrentes na suspensão e nos pneus dos caminhões. O mesmo para veículos leves e motos que não conseguiam desviar dos buracos. E se acontecia um acidente, então, o trânsito, que já intenso, ficava ainda mais pesado. O custo de manutenção para quem trabalha nessa área é muito alto porque é periódico. Com pavimentação nova o desgaste diminui drasticamente. É um ganho imenso”, destaca Costa.

“A conclusão da pavimentação permitirá melhores condições de tráfego. A recuperação é importante, há um impacto positivo para milhares de moradores e de pequenos comércios e indústrias da região. É uma obra aguardada e necessária”, arremata Michel Felippe Soares, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM).

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Novo Contorno Sul está em projeto e deve fazer parte do Anel de Integração

O novo Contorno Sul de Maringá deve fazer parte da versão final do novo Anel de Integração. Será um dos 14 contornos que vão facilitar as conexões entre as cidades e diminuir o tráfego de caminhões pesados nas regiões mais populosas. A concepção original é de uma grande alça conectando o Distrito Industrial de Maringá com Marialva.

O Anel de Integração original de 2,5 mil quilômetros de rodovias federais e estaduais deve ser ampliado com, pelo menos, mais 1,3 mil quilômetro. Estão previstos no plano a duplicação de aproximadamente 2,1 mil quilômetros e a construção de novos contornos. As principais obras devem ser realizadas até o nono ano dos novos contratos.

O estudo das novas concessões prevê modernizações em relação aos contratos atuais como tarifas menores antes do início dos investimentos, desconto para os usuários frequentes, proteção contra variações cambiais para assegurar participação de players internacionais, novos recursos de segurança viária e iluminação por LED. A estimativa é de R$ 42 bilhões de investimentos em obras, além de R$ 40 bilhões na operação.

A proposta será debatida em audiências públicas que devem acontecer até o final deste ano. Nos próximos meses também haverá consultas ao setor produtivo. A base das discussões é um estudo realizado pela Empresa de Planejamento e Logística S.A (EPL), em parceria com o IFC, braço de projetos do Banco Mundial.

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