“Proteger o ninho, a cidade. Este é o significado etimológico da palavra própolis, e também faz parte do discurso de boas-vindas da apicultora Dora Sommer a quem vai até a loja da fábrica de mel e derivados da Apisommer no bairro Pilarzinho, em Curitiba. Pelas propriedades antimicrobianas, a própolis protege a colmeia contra invasores, e esse é o mesmo princípio que auxilia na imunidade dos seres humanos. Por essa razão, a demanda pelo produto aumentou muito nesta época de pandemia.
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No momento não há estudos que mostrem o efeito da própolis sobre o coronavírus ou pacientes acometidos de Covid-19, mas há pesquisas em andamento. Independentemente disso, logo que teve início o isolamento social, em março, a procura pelo produto disparou por parte de pessoas buscando o bem-estar com as opções disponíveis. Classificada como alimento, a própolis costumava ser facilmente encontrada em cerealistas e lojas de produtos naturais, além de farmácias.
“A escassez, porém, já não é novidade. Em dois dias, a Casa do Mel, em Ortigueira, vendeu 1,3 mil frascos de própolis, para uma comercialização padrão de 500 frascos ao mês. “Agora já está normalizado, mas no fim de março ficamos sem embalagem, sem rótulo, foi demais”, conta a sócia-administradora Angela Siqueira. Ela e o marido, Jairo Siqueira, acumulam uma clientela fixa há 30 anos na loja própria, mas foi no atacado que a procura explodiu. Ortigueira é o município com a maior produção de mel do Paraná, cerca de 730 toneladas em 2018, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o equivalente a 11,7% da produção do Paraná (6,2 milhões de toneladas).