Tem se sentido mal humorado com ansiedade ou angústia? Quem sabe com crises de depressivas? Talvez já tenha buscado tratamentos, mas nem sempre efetivos. Já parou para verificar como está a saúde dos seus intestinos?
Os intestinos são conhecidos como o segundo cérebro, possuem em torno de 500 milhões de neurônios da mesma qualidade dos que estão no cérebro, fazendo parte do sistema nervoso entérico, por isso o sistema intestinal tem a capacidade de agir sozinho ou seja ele integra o sistema nervoso autônomo, ele executa tarefas operando independentemente. Os neurônios citados produzem cerca de 90% da serotonina que seu organismo produz, te levando a sentir bem estar e alegria, deixando de ser como os antigos diziam, “Enfezado”, literalmente.
No avanço da busca pelo autoconhecimento, estado de bom humor, alegria e sentimento de paz, inegavelmente, tem impulsionado atuais pesquisas na área neuropsiquiátrica, principalmente relacionadas às ondas cerebrais que são responsáveis pelo estado de bom humor, procurando na reposição de nutrientes e de componentes dos alimentos, que possam interagir no equilíbrio mental e na síntese de neurotransmissores associados a essa resposta.
Nessa busca surgiu a intervenção nutricional como tratamento complementar, devido a vários nutrientes terem um papel fundamental na produção de neurtransmissores. Portanto o tratamento nutricional poderia sem dúvida integrar a terapia de todos os indivíduos com depressão, por ser livre de efeitos colaterais, proporcionando uma melhora no estado geral de saúde do paciente. As deficiências de ômega 3, vitaminas do complexo B, minerais e aminoácidos precursores de neurotransmissores são as mais comumente encontradas em indivíduos depressivos, sendo essas deficiências agravadas pela disbiose intestinal, que é o desequilíbrio da microflora intestinal, ou seja, das bactérias boas que moram nos seus intestinos.
A colonização bacteriana do intestino desempenha um papel importante na síntese de substâncias chaves que têm a capacidade de influenciar o sistema nervoso central (SNC) na sinalização para vários sistemas do organismo, incluindo os sistemas imunológico e endócrino medidas do eixo central e periférico hipotalamo-pituitária-adrenal. Estes sistemas de sinalização, têm sido implicados na neuropatologia de muitas doenças do SNC e em conjunto formam uma importante via bidirecional de comunicação entre a flora microbiana e o cérebro em doenças como a depressão. A regulação do eixo microbiota – intestino – cérebro é essencial para a manutenção , incluindo a dodo equilíbrio do SNC. Além disso, há evidências recentes de que a bactérias boas no intestino desempenham um papel na programação precoce e responsividade posterior do sistema de stress.
O GABA que é o principal neurotransmissor inibitório do SNC e está significativamente envolvido na regulação de muitos processos fisiológicos e psicológicos. As alterações na expressão dos seus receptores são implicadas na patogênese da ansiedade e da depressão, que estão altamente ligados a distúrbios intestinais funcionais.
A investigação tem-se centrado sobre a forma como a microbiota comunica com o sistema nervoso central e, assim, influencia a função cerebral. As vias desta comunicação incluem neural, humoral, imunológico e vias metabólicas. Agentes probióticos indicam um papel para a microbiota intestinal na regulação do humor, cognição, dor e obesidade. Assim, sugere-se que a modulação da microflora intestinal pode ser uma nova estratégia de terapias complementares para doenças do SNC relacionadas com o stress complexo, onde existe uma grande necessidade por parte dos pacientes acometidos por distúrbios neuropsiquiátricos. Na minha prática clínica tenho acompanhado o tratamento de muitos pacientes que obtiveram melhoras significativas após a regulação da microflora intestinal.
Carla Luize Ribeiro
Nutricionista Ortomolecular e Naturopata
