Empregando mais de 10,5 mil trabalhadores em 300 empresas só em Arapongas, a indústria moveleira é a grande força motriz do município. O desenvolvimento do setor elevou a cidade como o maior polo moveleiro do país, com peças sendo vendidas não apenas em todo o Brasil, como também no exterior. Esse nível de excelência foi conquistado, em grande parte, pela evolução tecnológica das linhas de produção, cada vez mais automatizadas e que exigem constante atualização dos funcionários.
Hoje operador de maquinário, Osmar da Silva, de 59 anos, é um exemplo de adaptação e evolução. Ele começou na indústria em 1988 como lixador, profissão que não existe mais nas grandes empresas. “Tudo mudou muito. A indústria moveleira naquela época era muito mais rústica, mas braçal. A gente lixava a madeira no braço, tinha que fazer muita força. O trabalho era bem desgastante”, lembra.
Hoje, com os maquinários automatizados e as linhas de produção equipadas com esteiras para o transporte da madeira, a vida dos trabalhadores melhorou, segundo ele. “Eu coloco a madeira na máquina, aperto um botão e ela faz tudo. Não preciso me preocupar em fazer força. A situação melhorou demais para nós. O trabalho é mais rápido e menos cansativo”.
No entanto, Osmar ressalta que uma característica não mudou com o tempo: o toque do trabalhador. “O capricho da pessoa ainda é fundamental. A máquina faz tudo sim, mas quem opera a máquina? Quem regula? Ainda é o ser humano. O trabalho ter ficado menos braçal é importante para que o trabalhador possa se preocupar ainda mais com esse capricho. Por isso, acredito que hoje em dia o trabalhador precisa saber mais do que naquela época. Tem que estar atualizado, sempre aprendendo”.
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