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Titânio em cirurgias: entenda como o metal ajudou na inédita reconstrução de face da mulher atropelada por colheitadeira no Paraná

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A cirurgia de reconstrução da face da assistente administrativa Sthefane Felipe Verteiro, atingida por uma colheitadeira enquanto ia para o trabalho, contou com uma prótese em titânio, criada através de uma impressora 3D.

A tecnologia usada no procedimento, realizado no Hospital Evangélico, em Londrina, norte do Paraná, é inédita entre os cirurgiões bucomaxilofaciais, responsáveis por esse tipo de operação.

O cirurgião Daniel Gaziri, que participou da reconstrução da face da jovem, explica porque optou pela prótese de titânio.

“O titânio é usado em prótese de joelho, de quadril, por exemplo, porque é um material que dá condições muito boas de adaptação. Outro ponto é que ele é leve. Não fica pesando no rosto do paciente. Além disso, é resistente”, explica.

A prótese foi desenvolvida por meio de um software da Alemanha. Diversos profissionais participaram do processo.

“Era preciso corrigir as perdas das paredes ósseas, mas também de gordura e de tecidos moles. E algumas partes da prótese em titânio compensam essas perdas. Isso nunca tinha sido feito no Brasil. É algo totalmente inédito”, afirma.

O que é o titânio

O titânio é um metal que alia força à leveza. De acordo com o Conselho Regional de Química de São Paulo, é segundo metal de transição mais abundante na Terra. Em primeiro lugar aparece o ferro.

O titânio, explicam os especialistas, é tão forte quanto o aço, entretanto possui quase a metade da densidade. Ele ainda é resistente à corrosão e, por isso, também é usado em submarinos, eixos de hélices, cascos de navios e usinas de dessalinização de água.

O metal também é encontrado em laptops, bicicletas e muletas.

Outra característica presente no titânio é a resistência à alta temperatura.

Casamento adiado, e agora remarcado

Por causa do acidente, Sthefane e o noivo, o servidor público Jorge Aguillar, interromperam os planos para o casamento, que seria em dois meses. Até a alta dela, foram dois meses de internação e muitas cirurgias.

A próxima etapa, a reconstrução da face, também não seria nada fácil. O procedimento foi feito mais de um ano após Sthefane ser atingida pela colheitadeira.

A incerteza sobre o que aconteceria com a noiva abalou Jorge. A família foi avisada que a situação clínica dela era grave. Mas o impacto do alerta não foi maior do que a fé de que dias melhores chegariam.

“Quando vem a situação grave, a gente aprende que é forte. A gente busca aquela força que não tem. E busca na fé, nas pessoas que estão dando suporte, o fortalecimento. É uma alegria muito grande retomar a nossa vida. Tem um processo pela frente, mas nada se compara com o que aconteceu”, diz.

Em recuperação, Sthefane foi informada de que poderá voltar ao trabalho em breve. O que ela também já sabe é que vai se casar.

“Foi um longo processo até eu entender tudo isso. Foi um milagre o que aconteceu comigo. Agora é seguir em frente, e remarcar o casamento”, observa.

Informações: G1

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